12 de abril de 2006

A guerra dos livros escolares

A "guerra dos livros" começou e já recebi três convites: um para um almoço, e os outros para dois cocktail´s, de três editoras diferentes. Convites tão completos que até incluem uma folha toda preenchida para que possamos justificar a falta ao abrigo de uma "acção de formação"!

Não aceitei nenhum deles, porque não concordo que se chame "acção de formação" a uma reunião tupperware mas para vender livros...

Entretanto, por estes dias na televisão um senhor da APEL solidarizava-se com os pobres professores a quem os mauzões do governo querem impedir que escolham os livros!
Imaginem!
Os livros vão ser seleccionados por uma "comissão" e os professores, taditos, terão de aceitar o que foi escolhido...
estamos quase na situação que se vivia nos anos 40 e 50, dizia o defensor dos professores!

O que este senhor finge ignorar é que somos autenticamente "bombardeados" com livros todos os anos.
Metade deles não vale nada, nunca deviam ter sido publicados porque são mesmo rascas...
Para que há-de alguma editora gastar dinheiro a produzi-los?
E pior ainda, alguns professores a adoptá-los, vá-se lá saber porquê??
Por outro lado se cada editora se limitasse a mandar cá para fora apenas uma colecção em vez de 3 ou 4, isso também ajudaria bastante...
E não só os professores: também ajudava os pais dos alunos pois todas estas acções só servem para uma coisa: encarecer os livros cada vez mais.

Há 15 anos que se fala em formar uma comissão que faça uma triagem e só deixe publicar livros com alguma qualidade.
Até agora nenhum governo teve coragem para a fazer avançar!
Será desta?

11 comentários:

Anónimo disse...

Dou aulas numa escola do 2º ciclo pertencente a Porto de Mós (Leiria) e na última reunião q tive falaram q tds as escolas do 1º ciclo do Agrupamento do Concelho têm livros diferentes!! Acho isso uma estupidez, pelo menos dentro do mm concelho... E dps o governo vem queixar-se de q gasta mt dinheiro.. pq assim cm os livros são diferentes, os preços tb diferem e cerca de 90% das crianças têm os livros de graça.. È o país q temos...

Anónimo disse...

guerras do capitalismo onde os valores mais altos que se levantam, são os económicos.
Beijinhos

Politikus disse...

Como as editoras de livros escolares, nem sempre primam pela qualidade. escolhe a que tiver menos erros ortográficos... hehehehe

Anónimo disse...

Todos os anos é a mesma história...e estão cada vez mais caros!Ainda me lembro de quando andava na escola,os meus livros ficavam na escola para os alunos que vinham a seguir e eu própria também herdei alguns,agora já não dá pra fazer isso...E o que irrita mesmo é que dantes toda a informação vinha condensada num livro e agora fazem as coisas em 3 volumes+caderno de apoio+fichas tudo perfeitamente plastificado,levezinho para não magoar as costas dos meninos e cada um a 15 euros,é uma vergonha!

peciscas disse...

Já fui autor de manuais escolares e, por isso, estou um pouco por dentro do assunto.
Há de facto, coisas estranhas neste negócio de milhões que, no fundo é dominado por uma ou duas grandes editoras.
E uma coisa que muita gente não sabe é que os autores são, na maioria dos casos, tratados como "carne para canhão" presos por contratos que dão todas as vantagens às empresas.
Poderia contar casos inacreditáveis ocorridos comogo próprio.
E, de facto, são postos no mercado manuais absurdamente maus, com erros científicos imperdoãveis.
Mas, apesar de tudo, as editoras apostam sempre em produzir vários títulos concorrentes, quando se sabe que o mercado é limitado.
Produzir um livro, fica nuns milhares de contos (falando em moeda antiga). Em muitos caos uma editora chega a ter 3 títulos para o mesmo ano e grau de escolaridade, que concorrem entre si.
Quem paga esse investimento?
E , no final, os professores são bombardeados, como dizes, com propostas e aliciamentos diversos.
Mas, no fundo, também temos culpa pois, na maioria dos caos, adoptam-se manuais sem qualquer critério objectivo. O Governo anuncia mudanças e elas (estas ou outras) são bem necessárias.
Mas o lóbi das editoras não vai ceder facilmente.

AnaCristina disse...

Lá na escola, os profs andam doidos com as sessões de apresentação dos livros... Tira-se um diazito de folga, vai-se à recepção, passeia-se ou vai-se às compras e no fim do dia, volta-se lá ao sítio para ir buscar o certificado de presença...

Fábula disse...

além de tudo isso,tb sou a favor dos livros feitos em papel reciclado, para sensibilizar os nossos estudantes... =)

Anónimo disse...

Para quem não é desse meio, só pode achar no mínimo tudo isso muito estranho...para não achar outras coisas...

Anónimo disse...

E que tal acabar com eles? Os trabalhos feitos pelos alunos, nas aulas, servem muito bem como "manuais escolares"

Anónimo disse...

Parece q vai haver novidades na adopção dos manuais escolares http://tsf.sapo.pt/online/portugal/interior.asp?id_artigo=TSF169872

Anónimo disse...

Estou de acordo com a triagem. Por acaso até vou a várias "acções" de editoras, mas não coincidem com aulas, e vou para arranjar materiais. O que eu não concordo é com o período tão alargado de vigências dos livros, há áreas onde isso não fará diferença, mas na minha o desfasamento da época dos textos com a época de leitura torna-se desmotivador.

Não Fujas Mais

Não Fujas Mais by Harlan Coben My rating: 4 of 5 stars View all my reviews