30 de novembro de 2005

Poemas para Lili


Levava eu um jarrinho
Para ir buscar vinho
Levava um tostão
Para comprar pão:
E levava uma fita
Para ir bonita.

Correu atrás de mim um rapaz
Foi o jarro para o chão
Perdi o tostão,
Rasgou-se-me a fita...
Vejam que desdita!

Se eu não levasse um jarrinho,
Nem fosse buscar vinho,
Nem trouxesse uma fita
Para ir bonita,
Nem corresse atrás de mim um rapaz
Para ver o que eu fazia,
Nada disto acontecia.

(e agora digam lá se souberem, porque será que raramente aparece um poema de Fernando Pessoa num manual do 1.º ciclo, se todas as crianças adoram este!)

28 de novembro de 2005

Expliquem-me como se eu fosse muito burra...

... a nova publicidade da TMN em que um rapazinho leva estalos de todas as raparigas que por ele passam (ou vice-versa) e no fim ainda diz "até já" com a cara de idiota...chapado!
E a que propósito vem a legenda inicial "as mulheres como elas são" ?!!!
Eu, que sou uma mulher, não me revejo naquele anúncio...
Ou será que eu sou alguma ET e ainda não tinha dado por ela?

25 de novembro de 2005

O meu marido

O meu marido não me manda flores... (mas é capaz de me trazer uma rosa amarela do quintal, lá para finais de Dezembro, quando andar a podar e por lá encontrar uma esquecida).

O meu marido não me chama "amor", nem "querida", muito menos "fofa" ou "filha"... (mas chama-me pelo meu nome ou diminutivo de uma maneira especial e inconfundível).

O meu marido não me dá jóias caras... (mas oferece-me um carinho enorme, um olhar especial e uma disponibilidade sem limites, sempre).

O meu marido às vezes vai a jantares de amigos ou colegas, mas diz sempre que preferia jantar comigo... (e eu sei que é verdade).

O meu marido quando precisa de ir a algum lado, seja lá onde for, prefere a minha companhia à de qualquer outra pessoa... ( e eu também).

Todas as mulheres têm uma "melhor amiga", de quem nada escondem. Eu também tenho algumas boas amigas, mas a melhor de todas... é o meu marido.

O meu marido faz anos hoje.Como ainda não lhe comprei nada, vou oferecer-lhe esta prenda e dizer-lhe "amo-te" (ele sabe, mas não faz mal nenhum dizer-lhe outra vez e outra e outra...)

23 de novembro de 2005

Ora abóbora!

Quando se deixam ir duas crianças procurar no Google informações e uma imagem de uma abóbora, não estamos a imaginar que vai haver problemas...
Mas há!
Na mais inocente pesquisa aparece uma imagem nojenta até para adultos quanto mais para crianças!

Não haverá maneira de separarem a pornografia dos conteúdos normais?
É que nem sequer dá para eu previamente ir ver se a pesquisa é segura pois as imagens estão sempre a mudar!
Não haverá alguém com coragem de pôr ordem nesta pouca vergonha?

22 de novembro de 2005

Prós, profes, pais e os contras

Ontem - se calhar como grande parte dos professores deste país que não têm sono ou que, como eu, trabalhem de tarde - estive a ver o Prós e Contras na RTP1. De uma maneira geral gostei do programa (soube a pouco, o que é bom sinal!)
Gostei especialmente do que disse David Justino (porque será que as pessoas quando deixam os ministérios é que ficam cheias de boas ideias?) e António Nóvoa (que só foi pena ter falado tão pouco).
Adorei ouvir aquela professora, a Amélia Pais.
A certa altura ela disse que tinha um blog. Se alguém mo souber indicar, agradeço!

De quem eu não gostei, não consigo "engolir" o homem (salvo seja!) é daquele senhor da Associação de Pais. Mas o cargo dele é eterno?
E aquele ar de superioridade com que fala de tudo, até de assuntos que nem sequer domina, dão-me volta ao estômago!

E por falar em associações de pais um dia destes chegou-me às mãos o "Plano de Actividades 2005/2006" de uma dessas associações.
Das nove alíneas que tem o plano, cinco são jantares, lanches e festas...
Nem sei como este país andaria para a frente sem as associações de pais!

(e agora entre nós, que ninguém nos ouve: a melhor associação de pais que pode haver é cada um, em sua casa, educar bem os seus filhos!)

21 de novembro de 2005

Coelhices

Na semana passada recebi por mail este artigo chamado "Construir um país", da autoria de Eduardo Prado Coelho, publicado no Público:

Precisa-se de matéria prima para construir um País

A crença geral anterior era de que Santana Lopes não servia, bem como Cavaco, Durão e Guterres. Agora dizemos que Sócrates não serve.
E o que vier depois de Sócrates também não servirá para nada. Por isso começo a suspeitar que o problema não está no trapalhão que foi Santana Lopes ou na farsa que é o Sócrates.
O problema está em nós.
Nós como povo.
Nós como matéria prima de um país. Porque pertenço a um país onde a ESPERTEZA é a moeda sempre valorizada, tanto ou mais do que o euro. Um país onde ficar rico da noite para o dia é uma virtude mais apreciada do que formar uma família baseada em valores e respeito aos demais. Pertenço a um país onde, lamentavelmente, os jornais jamais poderão ser vendidos como em outros países, isto é, pondo umas caixas nos passeios onde se paga por um só jornal E SE TIRA UM SÓ JORNAL, DEIXANDO-SE OS DEMAIS ONDE ESTÃO.
Pertenço ao país onde as EMPRESAS PRIVADAS são fornecedoras particulares dos seus empregados pouco honestos, que levam para casa, como se fosse correcto, folhas de papel, lápis, canetas, clips e tudo o que possa ser útil para os trabalhos de escola dos filhos ... e para eles mesmos. Pertenço a um país onde as pessoas se sentem espertas porque conseguiram comprar um descodificador falso da TV Cabo, onde se frauda a declaração de IRS para não pagar ou pagar menos impostos.
Pertenço a um país onde a falta de pontualidade é um hábito.
Onde os directores das empresas não valorizam o capital humano.
Onde há pouco interesse pela ecologia, onde as pessoas atiram lixo nas ruas e depois reclamam do governo por não limpar os esgotos.
Onde pessoas se queixam que a luz e a água são serviços caros.
Onde não existe a cultura pela leitura (onde os nossos jovens dizem que é "muito chato ter que ler" e não há consciência nem memória política, histórica nem económica.
Onde nossos políticos trabalham dois dias por semana para aprovar projectos e leis que só servem para caçar os pobres, arreliar a classe média e beneficiar a alguns.
Pertenço a um país onde as cartas de condução e as declarações médicas podem ser "compradas", sem se fazer qualquer exame.
Um país onde uma pessoa de idade avançada, ou uma mulher com uma criança nos braços, ou um inválido, fica em pé no autocarro, enquanto a pessoa que está sentada finge que dorme para não dar-lhe o lugar.
Um país no qual a prioridade de passagem é para o carro e não para o peão. Um país onde fazemos muitas coisas erradas, mas estamos sempre a criticar os nossos governantes.
Quanto mais analiso os defeitos de Santana Lopes e de Sócrates, melhor me sinto como pessoa, apesar de que ainda ontem corrompi um guarda de trânsito para não ser multado.
Quanto mais digo o quanto o Cavaco é culpado, melhor sou eu como português, apesar de que ainda hoje pela manhã explorei um cliente que confiava em mim, o que me ajudou a pagar algumas dívidas.
Não. Não. Não.
Já basta.
Como "matéria prima" de um país, temos muitas coisas boas, mas falta muito para sermos os homens e as mulheres que nosso país precisa.
Esses defeitos, essa "CHICO-ESPERTERTICE PORTUGUESA" congénita, essa desonestidade em pequena escala, que depois cresce e evolui até converter-se em casos escandalosos na política, essa falta de qualidade humana, mais do que Santana, Guterres, Cavaco ou Sócrates, é que é real e honestamente ruim, porque todos eles são portugueses como nós, ELEITOS POR NÓS. Nascidos aqui, não em outra parte...
Fico triste. Porque, ainda que Sócrates fosse embora hoje mesmo, o próximo que o suceder terá que continuar trabalhando com a mesma matéria prima defeituosa que, como povo, somos nós mesmos. E não poderá fazer nada... Não tenho nenhuma garantia de que alguém possa fazer melhor, mas enquanto alguém não sinalizar um caminho destinado a erradicar primeiro os vícios que temos como povo, ninguém servirá.
Nem serviu Santana, nem serviu Guterres, não serviu Cavaco, e nem serve Sócrates, nem servirá o que vier.
Qual é a alternativa?
Precisamos de mais um ditador, para que nos faça cumprir a lei com a força e por meio do terror?
Aqui faz falta outra coisa.
E enquanto essa "outra coisa" não comece a surgir de baixo para cima, ou de cima para baixo, ou do centro para os lados, ou como queiram, seguiremos igualmente condenados, igualmente estancados....igualmente abusados!
É muito bom ser português. Mas quando essa portugalidade autóctone começa a ser um empecilho às nossas possibilidades de desenvolvimento como Nação, então tudo muda...
Não esperemos acender uma vela a todos os santos, a ver se nos mandam um messias.
Nós temos que mudar.
Um novo governante com os mesmos portugueses nada poderá fazer. Está muito claro... Somos nós que temos que mudar.
Sim, creio que isto encaixa muito bem em tudo o que anda a nos acontecer: desculpamos a mediocridade de programas de televisão nefastos e francamente tolerantes com o fracasso. É a indústria da desculpa e da estupidez.

Agora, depois desta mensagem, francamente decidi procurar o responsável, não para castigá-lo, senão para exigir-lhe (sim, exigir-lhe) que melhore seu comportamento e que não se faça de mouco, de desentendido. Sim, decidi procurar o responsável e ESTOU SEGURO QUE O ENCONTRAREI QUANDO ME OLHAR NO ESPELHO. AÍ ESTÁ. NÃO PRECISO PROCURÁ-LO EM OUTRO LADO.
E você, o que pensa?.... Medite!

Eduardo Prado Coelho

A quem mo enviou, eu respondi assim:

- Eu NÃO trago coisas do trabalho para casa, normalmente faço o contrário.
- Eu separo o lixo apesar de depois o ter de ir levar de carro porque não há nenhum ecoponto perto de minha casa (e podia aproveitar a voltinha depois do jantar para o fazer mas no inverno a voltinha fica suspensa até virem melhores dias porque entre outras coisas, não há passeios nem iluminação na minha rua!)
- Eu não chego atrasada aos meus compromissos
- Eu não deito lixo para o chão e ensino os outros a também não o fazerem
- Eu pagaria o jornal mesmo que não estivesse ninguém a tomar conta
- Eu tenho TV por cabo e pago uma mensalidade - imoral, mas pago
- Eu dou passagem nas passadeiras de peões apesar de também haver muitos que as não sabem utilizar
- Eu gosto de ler, leio e incentivo os mais pequeninos para a leitura
- Eu olho-me ao espelho e a imagem que vejo não é a de uma irresponsável...

Quanto ao senhor Prado Coelho, ele lá sabe o que vê no espelho dele...

18 de novembro de 2005

Dia Nacional da Poupança

Hoje, eu e mais uns milhares de voluntários (bastantes, a acreditar nos sindicatos, menos uns poucos a acreditar no ME), demos uma preciosa ajuda ao governo no combate ao déficit.
Se amanhã acordarem com a notícia de que
- Portugal está a par dos países nórdicos em crescimento do PIB e dessas coisas todas com nomes estranhos que nem sei o que são,
- se acabaram as listas de espera porque finalmente vai haver médicos e hospitais para todos,
- se acabaram os pobrezinhos, até os de espírito...

Então, ergam as mãos para os céus e agradeçam aos professores: sei lá, podem fazer-nos uma estátua, dedicar-nos um programa de televisão, dar a cada um um bacalhau (da Noruega, claro!) pelo Natal... enfim, deixo à vossa imaginação.

É que hoje, graças aos professores, o governo ficou bem mais rico!
Ora façam as contas: o ordenado que deixámos de receber (aí uns 40 euros por cabeça), mais milhões de lâmpadas apagadas, milhares de aquecedores desligados, milhares de telefones calados, biliões de fotocópias que não se tiraram, etc, etc...
Hoje foi só poupar!
Agora só faço votos para que o gastem bem gasto!!

15 de novembro de 2005

Último aviso

Toda a gente já recebeu correio que traz no envelope, em letras garrafais a frase "Último Aviso".
Seguem-se depois as costumeiras listas de prendas que receberemos se não deitarmos tudo para o papelão, as oportunidades que perdemos caso o façamos, o quão infelizes vamos ser daí para a frente se não comprarmos o "tal" produto indispensável à nossa vida e à dos nossos familiares até à terceira geração...

Mas...
... mais tarde, para protecção dos consumidores incautos apareceram os autocolantes da "Publicidade Aqui Não" que colados na caixa do correio nos protegiam da invasão.
Acontece que o "último aviso" que recebi vinha endereçado a mim com tudo direitinho excepto o código postal. Apesar de errado e rasurado a carta cá veio ter.
Lá dentro as pérolas de literatura do costume:
"abra rapidamente senhora dona... (tudo personalizadinho!!)"
"fique a saber como poderá receber gratuitamente esta máquina fotográfica digital"
"pedido de resposta urgente"
"uma surpresa adicional está reservada para...."
"tomei a liberdade de contactá-la com urgência, pois já lhe resta pouco tempo para poder aproveitar as excepcionais vantagens..."
blá...
blá...
blá...

Podia fazer como no último post e deixar agora aqui uma adivinha do género "de quem recebi eu o último aviso?", mas aposto que, a não ser que também o tenham recebido, não iriam acertar jamais.
É que o "último aviso" vem precisamente de quem se diz o defensor-mor dos incomodados consumidores deste país...

É isso mesmo, veio da DECO!!

13 de novembro de 2005

Fábula da rata

Estava uma rata preparando-se para comer uma mosca, quando um mocho que observava a cena disse:
- "Rata, não comas já a mosca! Espera que a abelha a coma, depois tu comes a abelha. Ficarás melhor alimentada."
Então a abelha comeu a mosca.
A rata preparou-se, então, para comer a abelha, mas o mocho interrompeu-a novamente:
- "Rata, não comas a abelha, ela vai ficar presa na teia da aranha e a aranha vai comê-la, então tu comes a aranha e ficarás melhor alimentada."
A rata de novo esperou.
A abelha levantou voo, caiu na teia da aranha, veio a aranha e comeu-a.
A rata preparou-se para saltar sobre a aranha, mas de novo, o mocho interveio:
- "Rata, não sejas precipitada! Há-de vir o pássaro que comerá a aranha,que comeu a abelha, que comeu a mosca.
Comerás o pássaro e ficarás melhor alimentada."
A rata, reconhecendo os bons conselhos do mocho, aguardou.
Logo após, chegou o pássaro que comeu a aranha.

Entretanto, começou a chover, e a rata, ao atirar-se sobre o pássaro para o comer, escorregou e caiu numa poça de água.

Moral da história:
Não digo! :p
Vou ficar à espera das vossas "propostas" para « moral da história».
Mãos à obra e venham elas!!

12 de novembro de 2005

Uma tarde para (não) esquecer

Hoje fui almoçar à Figueira da Foz.
Depois do almoço fomos dar uma volta pela marginal.

A Figueira da Foz por volta das 13 horas...

Já tínhamos andado bastante e deixado os carros a uma distância bem razoável quando começou a chover.
Resolvemos esperar que melhorasse, só que cada vez o tempo ficava pior.
De chuvinha passou a chuvada, de chuvada a dilúvio.
Abrigámo-nos primeiro debaixo do telheiro de um prédio, depois numa quase aberta andámos mais um bocado até termos de nos abrigar novamente, já na marginal.
Aí já não era só chuva, era também aquele ventinho típico das nossas praias... Brrrrr....


À hora do dilúvio...

Enregelados e cansados de esperar lá foram os cavalheiros numa corrida buscar os carros para socorrer as damas (às vezes estas atitudes machistas dão cá um jeitão!!)


E a isto chamo eu uma tarde inesquecível!
(porque se tivesse sido tudo perfeito nunca mais a íamos recordar com a mesma intensidade!)
Atchim!

10 de novembro de 2005

Coffee break

Ainda bem que eu não moro por estes lados!
Só bebia café!

E ainda:
Porque é que o Virgem atravessou a rua?
Bem, atravessar, atravessar, ainda não atravessou porque primeiro tem que medir:
a)A largura da rua.
b)A velocidade dos carros.
c)Se a experiência é válida.
d)Qual será a melhor hora para atravessar,etc.

E se querem saber dos outros signos, procurem aqui.

6 de novembro de 2005

Móvel(in)decor(oso)

Ontem à noite fui ver a "Móveldecor, salão de mobiliário e decoração" que decorre no Pavilhão das Feiras em Aveiro.
Quando lá chegámos por voltas das 21.30 até pensámos que não tinha ainda aberto pois normalmente nestas exposições, e a um sábado à noite, há imensa gente.
Mas afinal estava aberta.
Depois de darmos a volta ao Pavilhão lá achámos a porta de entrada. Nessa porta estavam duas simpáticas raparigas que nos disseram que para entrar era preciso pagar 2 euros (cada um!).
Um senhor que estava ao nosso lado refilou e veio logo embora recusando-se a pagar para entrar. Nós ficamos indecisos porque íamos acompanhados duma certa FadaMagrinha que fazia questão em ver candeeiros...(eu não te disse que ia contar? Não te perdoo os meus ricos euros desperdiçados!!).
Lá fomos penosamente comprar os bilhetes (noutro local onde estavam outras duas simpáticas raparigas!!) e entrámos.

Chamar "exposição" àquilo é como chamar iceberg a um cubo de gelo: tem menos móveis que qualquer casa de móveis rasca aqui da minha parvónia...
Além de ter poucos expositores, a maioria estava ao abandono.
O local parecia um deserto (e os camelos eram os que pagaram para ver aquela coisa)!

Se a exploração do Pavilhão pelo novo Executivo vai ser assim, não lhe auguro grande futuro!
Eu (e mais três pelo menos) não pomos lá mais os pés enquanto for preciso pagar para entrar, seja a exposição do que for...
E a julgar pela "enchente" que lá andava ontem, ainda há muita gente com juizo nesta terra.
Menos quem gere o Pavilhão das Feiras, obviamente!

AVISO: Se por estes dias não tiverem onde ir e vos apetecer ver móveis e artigos de decoração não vão ao Parque de exposições de Aveiro!

4 de novembro de 2005

Da fama

Ontem quando liguei a televisão na RTP1 por volta das 19:30 dou de caras com uma apresentadora, que gritava em vez de falar e soltava uns guinchinhos histéricos típicos daquelas adolescentes que fazem esperas aos carros dos futebolistas...
Alguns minutos depois consegui perceber que ela estava no local onde iam passando os "famosos" que entravam no Pavilhão Atlântico para os prémios da MTV.

Eu fiquei a olhar para aqueles famosos todos e a constatar que não conhecia ninguém!
"Se calhar estou com algum problema grave, daqueles ainda não diagnosticados! Eu não conheço estes famosos!" comecei a pensar com os meus botões, fecho éclair e tudo o que tinha...
Eles iam passando, eram "entrevistados" pela tal menina em estado de quase derretimento e eu... népias!
Algum tempo depois, com o jantar já meio feito, consegui reconhecer, embora a custo, a Nelly Furtado!

"Ai que estou mesmo mal" foi o que fiquei a pensar até hoje.
(só tinha o marido em casa, mas esse não conta pois além de não reconhecer a Madonna, nem sabia quem era o Robbie Williams - um caso perdido!)
Até que já hoje comecei a fazer uma espécie de inquérito a toda a gente que via e perguntava "conheces o...?" "conheces a...?" e lá ia dizendo alguns nomes que tinha decorado...
Vai daí fiquei mais descansada: se isto é doença, então é uma pandemia e já devem estar a tratar das vacinas e essas coisas todas que se fazem como para a gripe das aves. É que ninguém conhecia tais personagens!

Portanto, esses senhores e senhoras quando estiverem fartos de ser famosos (que é uma coisa horrível e cansativa - dizem eles) podem sempre vir passear por aqui pelas redondezas com a certeza de que ninguém os vai chatear... Basta que não se passeiem em centros comerciais à hora de ponta das teenagers que faltam às aulas, que levam uma vida descansada!

E eu cá fiquei a pensar "o que é a fama?" e ainda não consegui descobrir!

3 de novembro de 2005

Proximizade

Proximizade

Proximidade e mão amiga. "Proximizade", feita do entusiasmo voluntário de quem quer ajudar a combater a apatia, a dispersão e a insensibilidade que nos ameaça se continuarmos indiferentes ao que se sabe e ao que se vê. Aqui, já está a acontecer.

1 de novembro de 2005

A minha rua



Na minha rua não há passeios.
Na minha rua não há valetas.
Na minha rua não há traços de sinalização.
Na minha rua não há luz.
Na minha rua não se pode passear à noite.
Na minha rua os gatos morrem atropelados.
Na minha rua andar a pé é muito perigoso.
Na minha rua os carros passam depressa demais.
Na minha rua os postes não têm lâmpadas.
Na minha rua os postes ainda têm os cartazes da campanha do PSD.
Na minha rua há um cruzamento com muito trânsito que não tem luz nem está sinalizado.
Na minha rua há uma passagem pedonal com 70 degraus, sem luz.
A minha rua não se devia chamar rua...
Talvez beco ou viela...
... ou buraco negro!

Margarida Espantada

Margarida Espantada by Rodrigo Guedes de Carvalho My rating: 3 of 5 stars Gostei do livro mas acho que o autor exagera de mais em nomear ...