31 de maio de 2006

Para lá de chocada


Vi há bocado a reportagem da RTP1 sobre a violência nas escolas (aquilo era uma escola??) e o consequente e interessante debate.
Sabia que havia violência em algumas escolas mas confesso que não me passava pela cabeça que pudesse chegar a tal ponto.
Tudo me incomodou desde o comportamento dos "alunos" (delinquentes, como lhes chamou o psicólogo Eduardo Sá) à (falta de) atitude dos professores, que assistiam a tudo impávidos e serenos...
Não sei o que faria em tal situação: fugir da sala, aprender uns golpes de karaté e aplicar os meus conhecimentos nas aulas, ir armada para a escola... nada disto é políticamente correcto, mas foi o que me ocorreu. Tudo menos ficar só a ver.
Mas acredito que esses professores não tenham alternativa já que são ameaçados por todos (e o conselho executivo servirá para quê?)
Como disse muito bem Fátima Bonifácio aquela "escola" só tem uma solução: ser desmantelada!!

Excelentes também as intervenções da professora que lá estava (não sei o nome dela): sabia falar e falava do que sabia.

Ao contrário do Secretário de Estado, que falou e nada disse. Repetiu chavões que nada querem dizer, meteu os pés pelas mãos!
Tão deprimente como a tal escola!
E estamos nós entregues a "competências" destas!

30 de maio de 2006

Acabei agora de ler a proposta do novo Estatuto da Carreira Docente.
Fiquei enjoada.
Não é figura de estilo, estou mesmo enjoada.

Nunca tinha visto tanto disparate junto. Lá muito pequenino, tipo oásis no deserto, uma ou outra ideia aceitável.
De resto, parece um documento que foi feito por alguém que não percebe nada do que se passa no ensino, do que é a realidade da maioria das nossas escolas.
A história dos pais participarem na avaliação dos professores nem é a pior parte, por isso imaginem o resto...
Ou vão ver para crer.
Outro factor que me tira o sossego é a falta de competência e de unidade entre os sindicatos. Há sempre um que cede se lhe fizerem algumas vontades.
Por isso, não me inspiram confiança nenhuma para as lutas que se avizinham...

Os professores do 1.º ciclo que trabalham 25 horas por semana com "blocos" de 5 horas (qual 90 minutos, qual quê!!) continuam sem direito a redução de horário. Se bem percebi, vão ter uma redução aos 60 anos e 25 de serviço (mas quem chega aos 60 anos com menos de 25 de serviço?? São doidos ou quê?)

Outro disparate são as faltas: os professores sempre tiveram direito a faltar 2 dias por mês, faltas essas descontadas nas férias e no subsídio de almoço.
Esta lei vem desde sempre já que a profissão docente era maioritariamente feminina, servia para o caso de "indisposição de senhoras" - creio que era mesmo nestes termos que estava na lei.
Agora continuam a existir mas é preciso pedir autorização com 5 dias de antecedência.
Portanto, vamos ter de ser bruxos para acertar exactamente no 5.º dia antes de termos uma indisposição!!

Mas o que me tirou do sério foi passar a haver dois tipos de professores: os "titulares" e os outros...
E ainda há mais: os professores que estejam já no 9.º ou no 10.º escalão quando a lei entrar em vigor, ficam logo na categoria de "professor titular".
Estou para ver o que vão fazer comigo e com tantos como eu que não passo agora em Julho para o 9.º escalão porque tenho a carreira "congelada"
Será por incompetência?

28 de maio de 2006

TPC

Este fim-de-semana trouxe da escola os TPC do costume:
aulas para preparar
trabalhos para corrigir (resmas deles)
começar a recolher, em livros diversos, material para elaborar as fichas de avaliação final de três disciplinas

Até aqui, tudo como de costume...
Só que desta vez trouxe ainda um trabalho extra: impressos para preencher dos alunos que vão pedir subsídio escolar.
Preencher tais impressos não faz parte das minhas obrigações, mas eu preencho-os por uma razão muito simples: os pais dos meus alunos não os sabem preencher!
Aliás, alguns pais dos meus alunos não sabem preencher uma simples autorização para uma saída da escola: escrevem logo o nome deles onde deviam escrever o nome do filho, não põem a data, assinam fora do sítio...

____________________

Só cheguei a casa agora e peguei no jornal.
Leio, logo na primeira página, que os pais vão participar na avaliação dos professores (já tinha ouvido boatos, mas ainda não tinha lido nada de concreto).
E fico parva com tudo o que leio, cada disparate maior que o anterior, autênticas barbaridades de todos os lados: governo, sindicatos e associações de pais - que conseguem sempre ser os piores dos piores!!
Eu sempre fui de opinião que os professores devem ser avaliados, mas que o sejam por outros professores...
Agora os pais??
Por amor de Deus!

Pelo que li no DN essa avaliação vai ser feita através do preenchimento de um inquérito...
Estou mesmo a ver que os meus TPC vão aumentar... "A professora podia fazer o favor de me preencher este papel??"
"Claro, não me custa nada"

E agora adivinhem quem vai ser a professora "nota 10" cá do sítio?!!

26 de maio de 2006

O Principezinho e outras leituras



Sempre tive o costume de ler histórias aos meus alunos porque tenho a certeza que o gosto pela leitura se cria.
Normalmente uns 10 ou 15 minutos antes da hora de sair, já com os tarecos arrumados e com eles sentados no chão à minha volta.
No 1.º ano começo com pequenos poemas e pequenas histórias.
Depois os livros que vou lendo vão evoluindo à medida que eles crescem, mas já li livros "para adultos" a meninos de 8 e 9 anos.
Já li a turmas que me passaram pelas mãos livros como "Alice no país das maravilhas" de Lewis Caroll e na versão integral.
Ao último 4.º ano que tive li-lhes também "História de uma gaivota e do gato que a ensinou a voar" do Luis Sepúlveda. Adoraram!

Mas obrigatório mesmo é "O Principezinho".
Quase todos os alunos que me passaram pelas mãos ouviram ler esta história.
Podem nunca mais a ler ou ouvir ler, mas acredito também que nunca mais a esqueçam...

Na semana passada acabei de a ler aos Golfinhos
Sobre ela eles fizeram textos e desenhos a ser publicados lá no blog deles.
Mas houve frases tão giras que eu resolvi roubá-las para aqui!

"O senhor aviador desenhou-lhe a ovelha que ele pediu", Joana Filipa

"Eu gostei do Principezinho porque ele anda de planeta em planeta.
Ele vivia num planeta muito pequenino e tinha uma rosa para tratar e os vulcões para limpar", Rodrigo

"O aviador para desenhar uma ovelha só desenhou a caixa. Se calhar ele não sabia desenhar a ovelha. (...) Eu gostei do fim quando ele voltou para a sua terra", Helena

"Gostei da aventura do Principezinho com a raposa porque o que ela disse é a verdade", Joana Cristina

"Eu gostei de uma parte em que o bêbado tinha muitas garrafas", Pedro

"Foi muito giro. Eu gostei principalmente da parte da raposa.
A raposa quando se foi embora disse ao Pricipezinho: só se vê bem com o coração", Rita

25 de maio de 2006

Jovens "altruístas"

Dizem para aí as más linguas que os jovens actuais são uns egoistas, só pensam neles e no seu conforto, no carro, no telemóvel, nas roupas de marca...
Pois agora, a propósito da doação de óvulos, vem uma médica espanhola mostrar que somos uns ingratos ao considerá-los assim:

Sem querer revelar números, Marisa López-Tejon, directora de reprodução assistida do Instituto Marques e especialista em reprodução in-vitro, garantiu ao CM que as portuguesas dadoras têm aumentado de ano para ano. “São jovens que têm demonstrado uma grande sensibilidade para o problema da infertilidade e que chegam aqui com o desejo de ajudar outras mulheres. Em Portugal, a lei proíbe a doação de óvulos. Por isso, as mulheres portuguesas fazem-no em Espanha”, diz.

Resta acrescentar que cada "doação" rende 900 euros...
Faz-me um bocado de impressão ver jovens venderem-se assim. Até porque, no mesmo artigo dizem que elas são de famílias de classe média alta que até têm dinheiro para estudar no estrangeiro!

A minha pergunta é: a senhora é parva ou quer fazer de nós parvos??

24 de maio de 2006

Aos meus amigos advogados...

Encontram-se dois amigos e um diz ao outro:
"Separei-me da minha mulher."
"Não me digas... E como fizeram?"
"Com um advogado. Ele ajudou-nos a fazer a repartição dos bens."
"E os teus filhos?"
"Muito fácil... Decidimos que quem ficasse com mais dinheiro ficava também com as crianças."
"E quem foi?"
"O advogado..."

23 de maio de 2006

Provocações

O Manuel Ribeiro é especialista em caricaturas (sabem, caricaturas, aquelas coisas que exageram os defeitos ou imperfeições, muito diferentes dos retratos!).
Há 2 semanas o alvo foram os professores...
Na Notícias Magazine deste domingo há 10 ou 11 cartas de professores indignados a vociferar contra o homem...
Fora as cartas que não foram publicadas...
Vai daí, também resolvi dar a minha achega e escrevi ao Manuel Ribeiro.
Assim:

Caro Manuel Ribeiro:
Os professores são uma classe de pessoas maioritariamente inteligentes (daí haver tantos a ler a NM) e que entendem perfeitamente o que é uma "provocação".
A caricatura está bem feita e até põe o dedo em algumas feridas (embora ninguém goste de ver assim escarrapachados os seus defeitos, todas as classes os têm e os professores não fogem à regra).
Mas, a maioria dos docentes deste país são bons ou muito bons e trabalham, na maior parte dos casos - e principalmente no 1.º ciclo que é o que eu conheço melhor - em condições que muitos intelectuais de gabinete nem imaginam porque só conhecem os colégios finos onde têm os seus rebentos.

Acredito que muito poucos teriam reagido mal à sua crónica, não fora dar-se o caso de, de há uns anos para cá, mas especialmente neste ano lectivo, os professores andarem a "apanhar" de todos os lados!
É que nem sabemos de onde elas nos caem!
E vêm de ignorantes, de gente que nada tem a ver com a educação, e que revelam grande falta de respeito para com todos os profissionais do ensino.
Tem havido muitos, cada jornal tem o seu, mas estou a lembrar-me especialmente do Sr. Miguel Tavares que, do que sei, foi o que escreveu e disse as maiores barbaridades.

A Ministra da Educação tem tomado muitas medidas acertadas mas também tem feito algumas asneiras (ou deixado que os lambe-botas das DRE as façam para "mostrar serviço").
Mas eu não a condeno porque me parece estar a agir de boa-fé e também porque só quem não faz nada é que não comete erros.

Quanto a si, não tome a árvore pela floresta e continue com as suas excelentes provocações!

Cumprimentos,

22 de maio de 2006

O verdadeiro culpado

Anda para aí um monte de gente, jornalistas incluídos a tentar descobrir quem é o culpado daquela história do "envelope 9".
Eu, aqui quietinha (nem que me queira mexer muito não posso - ver post anterior) decobri o verdadeiro culpado.
Aqui está ele, com foto e tudo!



Eis o senhor Alexander Graham Bell o descarado inventor do telefone!

21 de maio de 2006

Aiiiiiiiiiii

Dói-me tudo!
O meu marido está convencido que eu sou uma rica herdeira disfarçada de pobre - eu já lhe disse que não, não sou, se fosse não ia esperar quase trinta anos para lhe dizer! - e deve estar de olho na minha herança.
Vai daí desafiou-me para ir com ele andar de bicicleta.
Na semana passada o meu medo era tanto que a volta foi pequenina e pronto. Mas, vencido o medo inicial a coisa até correu bem.

Hoje, já mais calejada e menos medricas a volta foi maior.
Por isso, estou aqui que nem posso!
Dói-me tudo: as pernas, os braços, as costas, os joelhos... mas principalmente o "selim".
Ai que dores!

20 de maio de 2006

Padroeira de Portugal


Recebi isto como uma anedota de loiras, mas resolvi adaptá-la.
A Santa Ignorância infelizmente grassa pelo país, a começar naqueles que tinham obrigação de nos orientar...
E é pena porque o antídoto nem é caro: ler, estar atento, procurar aprender uma coisa nova todos os dias, interessarmo-nos pelo mundo que nos rodeia...

19 de maio de 2006

As maternidades ou a falta delas

(Na RTP uns senhores discutem o fecho das maternidades... nem uma mulher à vista! Também não admira, este assunto não lhes diz respeito nenhum, é mesmo um assunto de homens!)

Confesso que este assunto me faz confusão porque acho que todos têm razão: têm razão as mães que querem ter a maternidade a funcionar na sua terra ou perto dela, mas também tem razão o ministro ao dizer que o país não tem condições para sustentar maternidades às moscas...

Há bocado a minha balança passou a pender mais para o lado das medidas do governo ao ler na Visão um artigo sobre a maternidade de Lamego.
Diz o director desse hospital:
"Somos os primeiros a defender a segurança dos serviços e, se não houvesse qualidade já teríamos fechado"
Mas, umas linhas atrás podemos ler: "Aiiii... (...) Só vai com 3 dedos de dilatação. Até aos 10 ainda faltam muitos ais (...). E não há epidural que lhe valha, devido ao reduzido número de anestesistas"

Querem apostar que, se em vez da Adelina estivesse em trabalho de parto o senhor director Marques Luís, a definição de "qualidade dos serviços" seria diferente?

18 de maio de 2006

Código Da Vinci

Vi agora na SIC Notícias que o título de um jornal de hoje vai ser "Código Da Vinci estreia hoje e desilude críticos".

Tradução:
Desilude críticos??
Então tudo leva a crer que o filme vai ser bom!!

17 de maio de 2006

Um novo blog


Já aqui falei do José Abrantes, autor de livros infantis e de BD.
É ele o autor do excelente desenho que ilustra o meu blog e que gentilmente me ofereceu.
Agora (finalmente) decidiu-se a entrar também no mundo dos blogues.
O blog dele chama-se Ideias feitas em lugares comuns e já mexe!
Felicidades José!

16 de maio de 2006

Haja saúde!

O Pedro tinha problemas no nariz.
Sempre entupido e ranhoso causava-lhe problemas de respiração e impedia-o até de dormir em condições.
Na altura da Primavera piorava ainda mais.
A mãe levou-o a um otorrino.
O médico diagnosticou-lhe um problema nos cornetos nasais, mas também disse que lho resolveria ainda nessa semana... com uma cirurgia que custaria cerca de 500 contos.
Perante isto a mãe do Pedro, que não é rica, resolveu marcar uma consulta no Hospital de Aveiro.

E lá foi ela hoje à consulta com o filho.

Afinal, que tem esta história de tão especial que até merece ser partilhado?

Nada de mais, a não ser o facto da consulta de hoje ter sido marcada quando o Pedro tinha 5 anos...
Agora tem 8!

15 de maio de 2006

Mais um post roubado

Roubei-o ao Santos Passos que escreve como ninguém.
O blog dele não é bem um blog, é assim uma mistura de compêndio de História (contada grande parte das vezes na primeira pessoa), com um tratado de filosofia. E sempre com muito humor.
Não conhecem?
Não sabem o que perdem!

«O Estado de São Paulo está nas mãos de facínoras.
Entenda a afirmação acima como quiser.
Agora: o mais surpreendente é que amanhã, entre ônibus queimados e policiais assassinados, a população vai parar, atônita, diante dos aparelhos de TV.



Para saber quais os 23 jogadores que Parreira levará para a Copa da Alemanha.»

14 de maio de 2006

Uma foto por domingo (15)


No passado domingo fui a Lisboa, mais uma vez para buscar filhota e genro ao aeroporto.
Mas, como desta vez calhou a um domingo, resolvemos ir de manhã, seguindo pela nacional até Fátima, matando saudades do percurso antigo e de passar à beirinha do Mosteiro da Batalha.
Levámos um pequeno farnel e almoçámos no Parque das Nações à beira Tejo.
Soube mesmo bem!
A seguir fomos ver o Oceanário, que eu nunca tinha visto em sossego sem uma catrefada de alunos para tomar conta.
Depois pegámos no carro e fomos até à zona do Martim Moniz.
Percorremos a Rua Augusta (onde comi o pastel de nata mais caro da minha vida e que ainda por cima não era nada de especial) e percorremos as ruas da vizinhança, o Terreiro do Paço, Rossio, Praça da Figueira e muitas ruazinhas de que não sei o nome.
Por volta das 20 ainda fomos até ao Castelo. Mas, como já era tarde não entrámos. Passeámos cá por fora por aquelas vielas estreitas e pelos miradouros.
Foi giro mas valeu-me uma dor nas pernas que durou dois dias!

Não gostei de ver as casas de banho do Parque das Nações desactivadas e a cheirar mal a metros de distância: são pequenos pormenores como este que nos deixam ficar mal vistos perante quem nos visita.
Não se conserta o que se vai estragando porquê??
Também não gostei do Martim Moniz com uns cubículos de alumínio que não percebi para que serviam. Que coisa tão feia!
E não gostei de ver tanto desleixo, tantas obras (que pelo que ouço e leio duram há anos!) e tantas casas degradadas.
Lisboa é uma cidade lindíssima, merecia ser mais bem tratada!

12 de maio de 2006

Santa Joana, padroeira de Aveiro

Princesa Santa Joana
c. 1475, óleo sobre madeira,
Convento de Jesus, Aveiro
Hoje é o feriado municipal de Aveiro, dia de Santa Joana, a padroeira da cidade.
Filha do Rei D. Afonso V e de D. Isabel, nasceu em Lisboa em Fevereiro de 1452. Foi a primeira princesa de Portugal a receber o título de princesa herdeira do reino, por ter sido filha primogénita.
Dotada de grande beleza foi pretendida por vários príncipes europeus.
No entanto ela preferiu ser freira.
Primeiro no mosteiro de Odivelas e mais tarde no Convento de Jesus de Aveiro. Por imposição do rei e dos teólogos da corte, nunca lhe foi permitido professar, mas mesmo assim não abandonou o mosteiro, ficando a usar o véu de noviça. Viveu na humildade e na pobreza aplicando as suas rendas no socorro dos pobres.
A sua caridade era tão grande que ficou conhecida como santa.

Morreu a 12 de Maio de 1490 e reza a lenda que à passagem do seu enterro pelos jardins do convento, as flores que ela havia tratado em vida caíram sobre o seu caixão.
Após este primeiro milagre, muitos outros lhe foram atribuídos levando a que fosse canonizada, duzentos anos depois, pelo Papa Inocêncio XII.

Túmulo

(Fotos da internet)
Numa época em que tanto se valoriza "o que se tem" em detrimento "do que se é" vale a pena pensar um pouco nas opções de vida desta princesa...

11 de maio de 2006

Quem é Manuel Carrilho??

Pronto, eu admito, não sou assim tããããão ignorante e leio revistas cor-de-rosa o suficiente para saber que é o marido da Bárbara (para os que não lêem essas revistas a Bárbara é aquela apresentadora de televisão que se casou toda tapada com um pano negro talvez com vergonha de estar a casar com o Manuel apesar de já ser casada com o Pedro que era um rapaz que tinha o cabelo azul e agora tem uma catrefada de cafés todos com o mesmo nome e entretanto casou com a Fernanda que é muito bonita e é actriz de novelas na TVI e tiveram dois meninos quer dizer a Bárbara tem um menino que é o Dinis e que até já apareceu na televisão a fazer campanha eleitoral pelo pai e a Fernanda teve outro menino que não sei como se chama uma pessoa também não pode saber tudo né?? uff!!
Estão a ver o que se aprende a ler estas revistas??)

Daqui estamos conversados.
O que me espantou (e ainda não fechei a boca) foi que cheguei a casa por volta das 20:15 e estava a dar no Telejornal da RTP1 (aquele que dizem ser de todos nós) uma notícia sobre o Manuel Maria.
E esteve a dar durante muiiito tempo. Parece que o senhor escreveu um livro...
E daí?
Eu li algures que saem por dia em Portugal 30 novos livros (e ainda dizem que o pessoal não lê!!)
Então por que teve este senhor direito a notícia alargada e no fim a uma entrevista especial? (que eu não vi pois prezo muito as minhas boas digestões!).
E os outros 29??
Porque, a minha dúvida é apenas esta:
quem é este senhor para ter tanto tempo de antena na televisão que todos nós pagamos???

10 de maio de 2006

Vila de Rei

Tenho lido para aí muita coisa acerca da vinda daquelas famílias brasileiras para Vila de Rei.
Algumas coisas acertadas, mas outras sem pés nem cabeça ou até roçando a xenofobia (o que é inadmissível num país que tem tantos emigrantes!!)

No Prós e Contras de segunda-feira a presidente da Câmara de Vila de Rei frisou bem que não conseguiu arranjar mão-de-obra em Portugal.
E eu acredito: quem se deslocaria, pelo ordenado mínimo, para uma terra lá não sei onde, que nem centros comerciais tem?
Às tantas nem um mísero Jumbo e muito menos um MacDonald's??
E onde se levariam os putos ao domingo para não andarem a maçar os pais?

Para quê, se o rendimento de inserção ou lá como se chama, dá muito mais dinheiro e sempre se pode passar o dia na tasca a jogar à bisca lambida?
E entretanto os putos ficam na escola que, agora aberta até às 17:30, sempre dá para mais uns joguitos descansados!

9 de maio de 2006

Não sei que diga...

(foto da net)

A desgraça dos outros não nos serve de nada, nem de consolo...
Mas como correm para aí notícias de que somos um país triste e deprimido, que se fossemos uma marca ninguém nos comprava (que raio de ideia mais estapafúrdia!!), eu dedico este post às pessoas que acham que não pode haver país pior que o nosso...
(recebida do Claudio, que como brasileiro não deve ter prazer nenhum em divulgar notícias destas!)

"O sindicato dos professores da rede municipal de ensino afirma que reajustes salariais não ocorrem há 10 anos.
Segundo a Federação Nacional das Trabalhadoras Domésticas, o salário médio da categoria é de R$ 800.
Já uma professora iniciante da rede municipal, com uma carga horária de 20 horas, recebe R$ 615.
Se comparássemos com uma doméstica diarista, a diferença seria muito maior: sua média de rendimentos é de R$ 1.600 mensais.
O professor iniciante paulistano não pode, aliás, nem mesmo contar vantagem diante dos pedintes dos semáforos.
Segundo estimativa da Secretaria Municipal do Desenvolvimento Social, esse trabalhador tira, em média, R$ 25 por dia.
Como ter boas escolas se, na cidade mais rica do país, um professor ganha tanto quanto um pedinte e menos do que uma empregada doméstica? Será que esse indivíduo terá recursos para comprar livros ou ir ao teatro?
Pode alguém ser, de fato, um bom professor sem uma vivência cultural?"

Gilberto Dimenstein

7 de maio de 2006

Dia das Mães...

Já publiquei esta imagem no ano passado, mas que querem?
Ainda não consegui arranjar outra tão ternurenta!!

Beijinhos a todas as mães que merecem esse nome, e um beijinho muito especial a uma quase mãe!

6 de maio de 2006

BC ÓPÁ!

Nunca gostei do BCP.
Ainda me lembro quando abriu em Aveiro...
Lembro-me que angariavam empregados doutros bancos, já com experiência, prometendo melhores ordenados. Que pagavam.
Só que lá no contrato havia uma cláusula de "isenção de horário" que fazia com que o pessoal de lá trabalhasse 12 horas por dia ou mais...

Mas não é por aí que eu implico, pois só para lá foi quem quis.
Ou melhor: não foi bem quem quis!
Nessa altura, não sei quantos anos depois do 25 de Abril, um Banco dá-se ao luxo de não admitir mulheres ao serviço!
Não sei quem era o governo na época, mas nada fizeram contra essa situação!

Foi também com o BCP que os bancários voltaram a andar "fardados" de fato e gravata.

Por todos estes motivos, fiz uma jura de nunca meter um tostão que fosse do meu dinheiro em tal banco.
Agora, e como tenho algumas das minhas economias no BPI, estou a pensar seriamente em mudar de banco se o "meu" banco mudar de donos...

5 de maio de 2006

Como eu resolvia tudinho

Na segunda-feira debatia-se na RTP1 o grande problema da sustentabilidade da Segurança Social.
Eu resolvia o problema num instante com estas medidas simples e eficazes:

Os reformados podem (e devem) fumar pelo menos 2 maços de tabaco por dia.
Não serão jamais autuados nem que tenham mais álcool que sangue no sangue (podiam baixar o preço do vinho para a terceira idade)
Não se aviam medicamentos a quem tiver mais que 65 anos, nem que seja uma aspirina.
Entrada proibida nos hospitais, centros de saúde e afins a maiores de 65 anos.

E também para acabar com esta treta de discussões sobre a idade da reforma, passaria a funcionar assim: toda a gente trabalha até morrer e pronto! (esta medida, embora à socapa, já está a ser implementada - adoro esta palavra - basta ver a quantidade de gente que morre a trabalhar!)
Esses sim, são os verdadeiros patriotas!
Em pouco tempo voltávamos a ter outra vez mais "activos" que reformados e estava o problema resolvido!
Sou ou não sou um génio??

(se eu deixar de aparecer por aqui é porque fui convidada para o governo e depois só escrevo em locais onde me paguem!! Eventualmente também aparecerei em interessantes debates televisivos).

4 de maio de 2006

Não percebo nada de política!

Já disse algumas vezes que por aqui não se fala de política.
Mas às vezes tenho dúvidas (precisamente por não perceber patavina do assunto) e gosto de as compartilhar.

A mais nova dúvida tem a ver com os referendos:
para que servem?
quando se devem usar?

Por exemplo, um referendo ao aborto parece-me um disparate: porque se vai referendar um assunto do foro íntimo de cada um??
O governo faz a lei e cada um faz uso dela como for da sua consciência...

Por outro lado, ninguém fala num referendo à construção ou não de centrais nucleares.
E isso eu acho fundamental que seja o povo TODO a decidir porque é uma coisa que, a ser feita, vai afectar toda a gente!

Realmente estas subtilezas da política só para mentes brilhantes!!

Data de hoje

Neste exacto momento a data está alinhada asim:

01:02:03 04/05/06

... e dizem que nunca mais se repetirá!

3 de maio de 2006

Que raiva!

Estes desgraçados da RTP1 deram um resumo alargado da série toda antes de passarem o episódio de hoje dos "Perdidos"...
Como se nós fossemos uns atrasadinhos mentais que não conseguimos ver uma série por episódios sem precisar que nos recontem a história do início com voz off e tudo!

Ou seria para se dar a coincidência do episódio de hoje dos "Perdidos" começar exactamente à mesma hora das "Donas de casa desesperadas" da SIC?

Há tão poucas séries de qualidade na televisão e têm de as transmitir à mesma hora no mesmo dia??
Grrrrrrrrrrrr!

E agora o serviço de informações:
Os Golfinhos têm prendas para quem quiser.
Passem por lá!

**********

Muito quietinha no canto dela e tentando passar despercebida está a PN que tem um excelente blog, o Impressões Digitais.
Passem também por lá porque vale mesmo a pena!

2 de maio de 2006

Curiosidade

Às terças-feiras a sequência da programação da RTP1 fica assim:

Ei-los que partem
Perdidos
Sem rasto

Os verdadeiros funcionários públicos

No jardim da minha escola havia uma planta muito perigosa: as folhas pareciam autênticas lâminas, afiadas e cortantes.

Então pedimos à Junta que enviasse alguém para a cortar.
Um dia veio um homem ver como era a planta para depois trazer as ferramentas necessárias à sua destruição.
Outro dia vieram dois.
Traziam uma ferramenta comprida tipo corta-sebes.
Um deles cortou a pobre plantinha, o outro apanhou as ramas do chão...
Depois lembraram-se da raiz que ia voltar a rebentar... mas não tinham trazido nenhuma enxada (ou será que faltava um terceiro homem??)

Chamam-me a perguntar se lhes arranjo uma enxada, mas na escola não há.
Faltam dez minutos para as 4 da tarde, a hora a que entra a funcionária, e eu prontifico-me a ligar-lhe pedindo que traga a dela.
"Ah, não vai dar... às 4 horas é a nossa hora de sair"

E saíram...

1 de maio de 2006

Dia de malandrar

Este dia está mesmo mal baptizado: "dia do trabalhador" como?
Os centros comerciais estão abertos, hoje de manhã dei por aí uma volta e fartei-me de ver gente no amanho das terras...
Apenas uma pequena parte está hoje à boa vida...

E façam um pequeno exercício de imaginação: quando pensam em trabalhadores imaginam o quê? Se forem como eu imaginam pessoas a trabalhar em fábricas, nas obras, nas escolas, nas lojas,...
E quando pensam em "ricos"?
Com certeza imaginam piscinas, mansões, viagens, golf... Aposto que a palavra "rico" não põe ninguém a pensar numa pessoa a trabalhar!
Donde se conclui que para se ser rico não se pode trabalhar!

Por isso, vou dar um passeio.

Entretanto deixo este filme dedicado a todos os pobres como eu, para verem como a vida dos ricos é difícil, taditos!!
E vivam todos os verdadeiros trabalhadores, mesmo os que hoje estão a gozar uma merecida pausa, mas principalmente aqueles que, apesar de hoje ser o dia deles, se encontram a trabalhar!

Margarida Espantada

Margarida Espantada by Rodrigo Guedes de Carvalho My rating: 3 of 5 stars Gostei do livro mas acho que o autor exagera de mais em nomear ...