Na minha escola aparecem muitas vezes os meus ex-alunos, para fazerem uma visita, para contar novidades ou simplesmente para não estarem sozinhos em casa.
Na sexta-feira o Daniel (agora no 5.º ano) aparece com um olho negro.
Pôs-se então a contar a história: que o R. deixou cair uma caneta e o P. a apanhou e não a quis devolver, uma vez que a tinha "achado" no chão. Palavra puxa palavra e desataram à bulha...
O Daniel meteu-se no meio para defender o amigo e levou por tabela...
Quando o P. viu a coisa mal parada para o lado dele, não esteve com meias: espetou a caneta no braço do outro!
Eu na minha inocência perguntei: "E porque não foram chamar alguém, não havia por ali uma auxiliar que vos pudesse acudir?"
O Daniel olha para mim com aqueles olhos enormes e expressivos e remata: "Ó professora, chamar a contínua? Então isto passou-se durante a aula!"
.................
O castigo da professora para a o menino que feriu o outro?
Um recado na caderneta...
Agora já sei que me vou meter em polémica, mas o blog é meu e, como diz a Caxopa, aqui quem manda sou eu!!
Não teria sido mais pedagógico este menino ter sido castigado logo ali com uma boa e eficaz palmada?
Será que isso o ia traumatizar e condenar a consultas psiquiátricas para o resto da vida?
Estas crianças há meia dúzia de meses andavam na "primária" e, posso garantir-vos, jamais se comportaram assim! Se a professora entra na sala e há uma bulha, esta cessa imediatamente, sem haver necessidade sequer de lhes chamar a atenção! Chama-se a isto respeito!
E por que motivo estas crianças perdem esse respeito pelos professores tão rapidamente? Boa pergunta, não é? Aguardo respostas...
PS: Os alunos deste caso são crianças que nunca revelaram problemas de comportamento, a não ser aquelas quezílias normais em todas as crianças, que terminam tão depressa como começaram...
23 de janeiro de 2005
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25 comentários:
Não sou a favor de bater indiscriminadamente ou por sistema,mas sou a favor da palmada na altura certa,pelo menos comigo e com muitos dos meus amigos resultou.À pala da porcariazinha de conversa do "ai não vamos fazer mal aos meninos coitadinhos" é que eu vejo hoje em dia,filhos de amigos meus a não respeitarem ninguém e professores acusados de maus tratos por darem uma palmada nos rabiosques dos meninos.E isso é ridículo!Lembro-me perfeitamente de cada reguada que levei na escola primária e lembro-me perfeitamente que as mereci todas!E toda a gente sabe que anda por aí muita criançola aramada em esperta que bem merecia umas belas palmadinhas pedagógicas...o meu sobrinho,por exemplo,que ainda há dias colou uma pastilha elástica no olho da gata(ele já tem 7 anos) e ainda se riu e a única coisa que a mãezinha dele disse foi "isso não se faz"!falta de porrada é o que é!(vamos ver se este comentário não é mais polémico ainda do que o teu post)
Pekala
Por princípio sou contra qualquer violência. Seja física ou verbal. Mas, dar uma palmada num filho, ou num aluno,na hora certa, é violência? Penso que não. Mas este é realmente um problemas controverso, em que as pessoas, para não serem julgadas, não se assumem! Há crianças fáceis de educar e há outras difíceis, bem difíceis. E essas vamos deixá-las à "solta" só com receio de as educar-mos? Ainda bem que trouxeste este assunto aqui. É sempre actual. jinho :-)))
http://eternamentemenina.blogs.sapo.pt/
@@ JESUSROCKS: Qual é a criança "indefesa"? a que espetou a caneta no braço da outra?
O que tu dizes é uma teoria muito linda, mas na VIDA REAL as coisas não são bem assim...
(e não quero dar mais palpites, vou evitar comentar os comentários...)
Nunca fui professor de gente pequena, mas já dei catequese (kill me now)... O que não deve ser tão mau como ser professor, mas já dá para ter umas histórias no meu portfolio.
Eu sou um ferveroso adepto da chamada "estalada no momento". É um prato quente que faz melhor que a sopa do almoço.
Eu fui educado assim, e apesar de na altura ter chamado muitos nomes à minha professora, hoje devo muito a ela ... e modéstia à parte ... até que o resultado não foi nada mau. ;)
Beijos,
Pedro A.
Ai Jesus que o tema, não é pacifico.
Eu sou apologista da palmada... mas neste caso; Não!
Ou seja, assim que a discussão inicia numa sala de aula, com professor presente, termina onde começa, ou deve terminar. Não deve sequer passar à violência fisica, muito menos, ao ponto de incluir um terceiro menino. Claro, que nem falo da caneta... E se não fosse caneta? Podia ser uma tesoura... ou um x-acto, ou um compasso. Quem é que levava um recado na caderneta? O menino? Ou a menina que faz de professora...?
Não é de cor, que ninguém quer 5º e 6ºs anos...
É por isso, que a violência nos miudos, me altera... as consequências, são sempre imprevisiveis...
Parabéns pelo tema.
Beijo
Partilhas
Penso que as opiniões anteriores acabaram por me tirar argumentos.
Completamente de acordo, uma palmada nunca fez mal, antes pelo contrário. Brutalidade. Não.
Beijo
O blog é teu, é teu, é teu...já sabemos disso ;) Mas passemos ao que interessa. "Bulha" eheheheheh há quanto tempo não ouvia esta expressão. Quanto aos problemas de comportamento posso dizer uma coisa, no nosso tempo nada disto acontecia e agora, com sorte, depois de a professora escrever o recado na caderneta os pais do aluno aparecem para pedir satisfações. Outra hipótese que se colocava, a palmada no aluno...cuidado, porque logo a seguir não faltariam os canais televisivos a dizer: "Professora espanca aluno, pais exigem indemnização e expulsão da professora". E quando isto acontece com alunos do secundário e filhinhos de figuras públicas? Cala-te aflores/ailaife blog
Na minha opinião, nem tanto ao mar, nem tanto à terra. Lembro-me bem do exagero de reguadas no meu tempo de primária, as mãos escaldavam tanto que só quando as punha no ferro frio da secretária é que aliviava. Quando alguém fazia asneira e não se acusava, toda a turma era corrida a reguadas, era um martírio. Neste caso, se eu estivesse presente e visse uma violência dessas, acho que não me continha com uma boa palmada no rabo do prevaricador! De qualquer forma, sou de opinião que um castigo é muito mais eficaz do que qualquer palmada. Beijo grande :) Carla.
Sinceramente é um assunto complexo... nem deve ser norma nem também nunca aplicada, mas a "palmada cordial" dada no momento certo, pode realmente ser bastante importante na formação de uma pessoa...
Mas enfim, como digo é algo muito polémico...
Boa Semana!
O Turista - www.turistar.blogspot.com
Vamos por partes:
Primeiro, as crianças crescem, para tudo!
Segundo, passam a viver outra realidade e noutro contexto, com outros colegas.
Terceiro não é necessário dar palmada nenhuma para resolver problemas destes, digo-te eu que lecciono há 19 anos, embora vontade não me tivesse faltado numa ou outra situação.
Quarto, há crianças que não sabem o que significa a palavra respeito. Não sentem respeito pelos pais(estes nunca se deram ao respeito e também não respeitam ninguém), nem por eles próprios, nem por ninguém. [parece-me que este não é o caso destas crianças que mencionas!]
Quinto,há pessoas que nunca deviam estar no ensino porque não têm qualquer vocação nem jeito.
Sexto, será que me esqueci de alguma coisa? Esqueci, pela certa, estaria aqui toda a noite, e aquilo que escrevi parece muito mas não é nada perante a complexidade do tema!
Um beijo.
Lá polémico, é! Socialmente correcto seria dizer que não se deve bater em caso nenhum! Mas eu acho que a criancinha que agrediu a outra e que faltou claramente ao respeito que devia ter à professora, devia ter pelo menos um castigo logo, na hora. E uma palmada não me repugna nada. É claro que razões haverá para que estas crianças criem problemas destes dentro da aula! Mas por aí já não entro. Beijinhos
já fui professor e sei bem o que dizes. Em primeiro lugar é necessário o professor agir com autoridade, depois não mostrar medo e depois se nada mais servir, pode uma pequena violenciazita resultar. Pequena, claro.
Hoje já não há muito respeito porque as crianças habituam-se logo à nascença a não obedecer, a não respeitar o outro. Os pais nem sequer lá estão! Hoje somos muito egoístas e pensamos que tudo tem de ser fácil e à nossa maneira. perderam-se muitos valores. Não sou a favor da escravatura, mas tb o não sou da libertinagem, cada um fazer o que lhe apetece sem que os outros contem... Um abraço.
(eupadre.blogspot.com)
JESUSROCKS:Não sou apologista da "carga de porrada" ou do "estalo na cara" porque isso não resolve nada e só serve para humilhar e magoar as crianças,sou a favor,sim,da boa palmada no rabiosque no momento certo ou nas mãos quando se portam mal,há castigos piores do que isto!Hoje em dia os pais têem cada vez menos tempo para estar com os filhos e alguns,quando se sentem culpados,tentam compensá-los,na maior parte das vezes,fazendo-lhes todas as vontades e com isso acabam por criar pequenos monstros que não respeitam nada nem ninguém.Felizmente estes pequenos monstros ainda são a excepção mas temo que se tornem cada vez mais a regra.Neste caso que ela refere aqui,acho que um míudo que já anda no 5ºano devia saber que há coisas que não se fazem nunca e uma delas é espetar canetas nos colegas!Que educação é que ele teve afinal?E a professora também devia ter pensado que um recado na caderneta era pouco para a gravidade do caso mas se calhar também teve medo que os pais dele a fossem lá agredir depois disso,o que,infelizmente,acontece cada vez mais.Se os pais não respeitam professores e,nalguns casos,ninguém,que exemplo é que dão aos filhos?
Fui eu que respondi ao Jesusrocks!Pekala
...de alguns anos de experiência que tive como professora de música...nunca tive problemas destes...porque...acho primordial os alunos saberem onde começa o respeito...o aprender...o brincar...mas isso ás vezes...é dificil...e complexo...e nem sempre se sabe como lidar...
Um beijinho*.
fomos de um extremo ao outro. antigamente dava se por tudo e por nada. agora n se da nunca!...
ashistorias.blogspot.com
ospensamentos.blogspot.com
Olá. Como meu comentário acabaria um pouco extenso, preferi fazê-lo em um post em meu blog. Vá visitar-me. Beijinhos
É que agora já passaram para o superior, estão uns rebeldes!
:-))))
Saltapocinhas, para mim a culpa é do sistema que tornou o professor num "palhaço" sem a miníma faculdade de impôr a disciplina, sob pena de ficar classificado como "tirano". Isto não tem lógica nenhuma, em toda e qualquer sociedade organizada tem que existir hierarquia. E hierarquia não significa despotismo. Significa manter o respeito por quem nos lidera, neste caso o professor. Só há necessidade de recorrer à força quando o respeito se esvaiu completamente. Basta ouvir um miúdo falar para perceber o respeito que os mais jovens têm porque os ensina. Eles e os respectivos papás que agora têm a mania de ver nos professores o mau da fita. Por estas e por outras, é que optei pela investigação. O nosso ensino anda mesmo pela rua da amargura... Ah! E também concordo contigo: não me parece que esses miúdos sejam propriamente desprotegidos e inocentes com disse o JesusRocks. Eles sabem bem que estão a agir mal... Bjinhos, Formiguinha
PS - Desculpa o testamento...
Errata: " jovens têm por QUEM os ensina". Formiguinha
Confesso que não li os comentários todos. Li o artigo. Ainda bem que não sou professora, mas sou mãe. E como mãe condeno a brutalidade, o espancamento, a violência. Mas na hora certa e mesmo no segundo certo não hesitaria numa boa palmada no rabiosque do que merecesse correctivo e na HORA. Não guardava para o dia seguinte. Claro que depois explicaria na caderneta do menino(a) o motivo da palmada. Eu levei algumas e só assim é que ficou marcada a lição para nunca mais esquecer. Daqui a nada temos verdadeiros monstrinhos nas escolas. Coitadas das professoras. Enfim... Azoriana, Rosa Silva
Só não entendo o castigo q lhes dão... "estalada"?? em putos?? que tal um puxãozinho de orelhas hein? Mário
Fala a mãe: não concordo de todo com punição física nas escolas, jamais palmadas e estalos. Mas concordo com sanções e outro tipo de castigos "educativos". E depois deveriam estar presentes psicólogos/assistentes sociais para avaliar a situação quando se trata de um aluno com problemas disciplinares recorrentes. Sei que esta é a boa teoria. Que os pais se desresponsabilizam, que os psicólogos não estão lá ou têm poucos meios e que são os professores que têm de fazer face a este tipo de problemas no dia a dia. Mas qual é o modelo que queremos? Então batamo-nos para que ele seja possível. em vez de optarmos pela via da facilidade, que é reproduzir "pancada".
@@ MRF: a minha escola tem mais de 80 alunos e nem direito a uma funcionária tem... e vens falar de psicólogos e de outros apoios??
O Mário sugere puxar as orelhas. Por acaso, é altamente sádico. Um estalo dura um segundo. Um puxão de orelhas alarga-se no tempo. É o miúdo a chorar e a professora a continuar a puxar a orelha. No livro "As Teorias do Nilton", pode ver-se bem como é um castigo sem sentido.
Na verdade, penso que nem estaladas nem puxões de orelhas (muito menos reguadas, que ainda existem - eu conheço vários casos). O time out é o melhor castigo. Convida à reflexão. Nunca incentiva a violência.
Divertida
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