10 de maio de 2007

Manual de instruções


Estão prestes a chegar as provas de aferição para os alunos do 4.º ano.
Para já vamos tendo acesso às diversas instruções para quem vai supervisionar as provas e para quem as vai realizar.

Eu compreendo que as normas tenham de ser razoavelmente rígidas para haver um certo acerto nacional, mas daí a obrigarem os professores aplicadores (os que tomam conta dos meninos) à leitura tal e qual até de coisas tão simples como "podem sair" também é demais!!

"Não procure decorar as instruções ou interpretá-las, mas antes lê-las exactamente como lhe são apresentadas ao longo deste Manual."

E vão ter de ler coisas assim:

"Querem perguntar alguma coisa? Fui claro(a)?"

"Estejam à porta da sala às 11 horas e 20 minutos em ponto. Não se esqueçam. Podem sair."

Mas o que considero a maior barbaridade é o facto de os alunos, apesar de a prova estar dividida em duas partes de 45 minutos, não poderem nem na primeira parte da prova avançar para a segunda caso estejam despachados, e nem na segunda parte poderão voltar atrás, mesmo que tenham deixado perguntas por responder!

"A prova é constituída por duas partes; a primeira parte da prova termina quando encontrarem uma página a dizer PÁRA AQUI! Quando chegarem a esta página, não podem voltar a folha;
durante a segunda parte, não podem responder a perguntas a que não responderam na primeira parte.

E ainda um último recado ao professor aplicador:

"Se precisar de sair da sala, certifique-se de que as janelas estão convenientemente fechadas e feche a porta à chave."

Será que quem impõe estas regras faz alguma ideia de como se comportam crianças com 9 e 10 anos?

10 comentários:

José António disse...

Tens razão, tende para a bula.

Anónimo disse...

Pelos vistos, essa coisas horripilante do «Pára aqui!» não se circunscreve ao Secundário...

Anónimo disse...

Eles lá continuam nos seus gabinetes e julgam que sabem tudo.São as ordens que nos dão e nós os cordeirinhos que temos que fazer exatamente como eles dizem.Chega a ser ridiculo. Bjs

Alda Serras disse...

Eu compreendo que haja estas regras rígidas. Pretende-se garantir iguais que, no país inteiro, os alunos realizem a prova em iguais circunstâncias. Esta semana soube que um professor da minha escola ignorou pura e simplesmente as indicações e ajudou os alunos durante a realização da dita. Ora, sem estas instruções quantos mais fariam o mesmo?

Anónimo disse...

A parte do "estejam à porta da sala às 11 horas e 20 minutos em ponto" também me parece muito interessante. Nem no intervalo podem descontrair? Isto faz-me imaginar os garotos com um relógio pendurado em frente dos olhos para não deixar passar a hora!! Nos outros dias há uma campainha ou um adulto a indicar-lhes que o intervalo acabou, neste dia vamos LER-LHES uma coisa destas?? é tudo doido, ou então sou eu.. (o que também não difícil de acontecer!)

cereja disse...

Bell, como dizes nesse caso a pessoa decidiu ignorar as indicações, ou seja quando a formação é má (falo de formação de caracter) isto tambem não vai servir para nada!... Seria correcto dar INDICAÇÕES para se generalizar a prova e os resultados poderem ser comparados, mas faria sentido deixar ao critério do professor o modo como as transmitia. Até porque ele é que conhece os seus alunos e sabe as suas reacções.
Não reparei se neste blog há uma categoria de Humor, mas se há este post podia colocar-se lá.

Anónimo disse...

Não me parece que saibam... Enfim!

Anónimo disse...

Talvez os professores não saibam explicar ou não falem português!!?Sou "aplicadora" e como tal estive a ler as instruções, é mesmo para rir. :)Mas o mais engraçado, somos 2 aplicadoras, como manda a lei, para 7 alunos.

Anónimo disse...

E não esquecer de ligar a luz, se o dia estiver cinzento :):)

Setora disse...

Idênticas circunstâncias na aplicação da prova é o que se pretende com todas estas instruções e textos para leitura. Isto compreendo embora o "modo de leitura" até na despedida seja absolutamente ridículo.

Agora essa de os alunos terem toda a papelada à frente e não poderem folheá-la é uma violência requintada.Filho meu de dez ou doze anos iria de férias.

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