5 de março de 2009

Ontem tive uma reunião

na sede do meu agrupamento, depois das aulas.
Nestes dias costumo levar farnel, mas como ainda não estou boa da minha garganta, dirigi-me ao bar para beber qualquer coisa quente.
No meu agrupamento havia um bar de professores: era um local aprazível e calmo, embora não fosse só bar: era também a sala de professores. (E faço esta distinção porque há escolas que têm um bar que é apenas bar, com mesinhas e sofás...)

Mas, no outro ano lectivo decidiu-se, numa reunião do Conselho Pedagógico ao qual eu também pertencia que, devido à falta de funcionários, o bar de professores teria de fechar.
E os professores passaram então a frequentar o bar dos alunos.

Agora imaginem, os professores que, ao fim de uma aula de 90 minutos, deviam ter direito a 10 minutos de sossego esilêncio, terem de continuar a conviver com os jovens alunos.
Jovens e barulhentos: corridas, encontrões, gritinhos e risinhos histéricos das meninas, berros dos rapazes...
Já para não falar do ruído ensurdecedor dos matraquilhos que também existem naquele bar.
Eu não tenho nada contra este comportamento dos pré-adolescentes e adolescentes, antes pelo contrário: faz parte do seu processo de crescimento e, mais coisa menos coisa, já todos fomos assim!

O que chateia mesmo é que, neste país, seja tão fácil contratar secretários de estado e assessores e assesssores de assessores e consultores de tudo e mais alguma coisa e tão difícil colocar funcionários suficientes nas escolas!

De vez em quando lá aparecem nas notícias acontecimentos graves e violentos nos recreios das escolas e fica tudo muito escandalizado a perguntar "como é possível que ninguém tenha visto", blablabla...

Claro que é possível que ninguém veja nada, quando não há ninguém a ver!

4 comentários:

Bea disse...

Duas coisas ou 3... isto de não termos funcionários é uma outra história mal contada que ninguém resolve. Tv culpa nossa TB
2º a menina ( e mais 10 milhões de pessoas) não sabe que quando se está mal da garganta não se bebem coisas quentes? então deite água quente por cima de uma ferida que tenha na mão e veja se gosta...
3º quantos aos bares e locais hiper barulhentos e mega cansativos onde param os nossos jovens e crianças... e que depois tapam os ouvidos com phonrd para ouvir só o que lhes interessa, vão ser os culpados de daqui a poucos anos haver n pessoas surdas, com problemas de voz graves e esclerosados... mas o mundo está assim.!!!
bjs

ameixa seca disse...

Não há funcionários porque os salários desses senhores vão sendo aumentados para o dobro... alguém tem que continuar desempregadó e sem ver nada :)

cereja disse...

Essa questão é bem complicada. O tal «ratio» número de alunos empregadas já vem de muito longe, e sempre foi discutido. Não sei como é calculado mas sempre me pareceu que o cálculo era muito por baixo...
Mas outra coisa é que até entendo que não haja uma funcionária para um «Bar de Professores», pode parecer um certo luxo, mas não poderiam ter lá na sala um cantinho com uma cafeteira eléctrica e uma máquina de café..? para fazer uns cafés e uns chá não é preciso um especialista. e sempre tinham mais sossego.
Isto digo eu.

Quanto ao chinfrim que os putos fazem, a Bea tem razão. É um paradoxo, o barulho descontrolado e infernal por um lado e por outro o andarem de phones nos ouvidos se calhar para não ouvir o ruído ambiente e ouvirem só o seu... também altíssimo! Já por varias vezes referi no Pópulo que andamos a criar uma geração de potenciais surdos...

saltapocinhas disse...

Bea: eu não estou com a garganta "doente" só está um bocadinho irritada por causa da tosse e estou rouca.
e uma bebida quente alivia tanto...

emiele: a empregada só estava no bar durante pouco tempo (aos intervalos, por exemplo), depois tinha outros afazeres.

e os funcionários são poucos, sim! e cada vez menos!
desde que estou no meu agrupamento já saíram 4 ou 5 e não entrou nenhum! e o n.º de alunos é sensivelmente o mesmo.

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