Os sublinhados são meus: é onde me "dói" mais, embora eu concorde com tudo, tintim por tintim.
Nesta onda de exames nacionais, nome dado por uns entendidos e provas finais de ciclo nome também dado por outros entendidos, ainda falta falar das equivalências à frequência que são também provas de exame e feitas nesta altura, não se entende a diferença nem é para entender de todo este processo louco cheio de burocracia e procedimentos ridículos.
Quem está fora do ensino não imagina o trabalhão e o dispêndio de energia que se tem para fazer estas provas finais de ciclo para uns e exames nacionais para outros.
Tanto procedimento, tanta reunião só para fazer umas provas. Tanto papel gasto para ler e conhecer todos aqueles procedimentos. É o que se pode chamar um rotundamente RIDICULO. Só os nossos governantes é que se podem deliciar com tantos procedimentos. Não admira, têm todo o ano para criar esta burocracia e quem está nas escolas tem de entendê-los no próprio dia.
Ridículo também é a altura em que se fazem estas provas do 4.º ano e do 6.º ano, sem chegar ao final do ano letivo dão-se as provas de exame e sem se acabar o período, ou seja, em pleno funcionamento de aulas.
Ridículo é também quererem manter o normal funcionamento das aulas dos outros anos, sabendo que os professores estarão na maioria requisitados para assistirem a estes exames.
Como estamos na onda dos Mega agrupamentos, os anos de escolaridade vão desde o pré-escolar até ao secundário e um professor pode no mesmo agrupamento ter aulas no 1.º ciclo como no 2.º ou no 3.º ciclo, e embora os exames sejam do 4.º e do 6.º ano, a forma como eles são feitos esgotam os recursos de professores de todos os níveis, porque são professores para o secretariado, professores vigilantes, professores coadjuvantes, professores leitores, professores suplentes, o que leva a que sejam recrutados quase todos os professores de um mega e depois para ainda ser mais ridículo é quererem que os outros anos funcionem, ou seja, que a escola funcione normalmente.
O procedimento é enquanto os do 4.º ano fazem exames os outros anos continuam a ter aulas, o mesmo acontecendo quando o 6.º ano faz o exame, e ainda, para agravar a situação é que o 4.º ano faz na parte da manhã e o 6.º ano da parte de tarde do mesmo dia.
Alguém fora do ensino imagina que nesta organização e dependendo dos casos específicos, que são muitos, existem numa sala 2 professores para 1 aluno. Imagine-se a loucura de salas e professores para estar nestes exames.
Com a falta de auxiliares, os que se reformam ou aqueles que ficam de baixa, não são renovados, e também com a baixa de professores como é que se pode manter uma escola aberta em exames e com aulas normais?
Todo este processo parece-me ridículo e não acredito que os alunos que estão a fazer exame tenham as condições ideais de sossego de forma a não serem perturbados durante o mesmo.
É a loucura servida em bandeja.