19 de maio de 2014

Examinite aguda, parte 2

Ia escrever sobre os exames, mas o Agostinho fê-lo tão bem que resolvi fazer minhas as palavras dele.
Os sublinhados são meus: é onde me "dói" mais, embora eu concorde com tudo, tintim por tintim.

Nesta  onda de exames  nacionais, nome dado por uns entendidos e provas finais de ciclo nome também dado por outros entendidos, ainda falta falar das equivalências à frequência que são também provas de exame e feitas nesta altura, não se entende a diferença nem é para entender de todo este processo louco cheio de burocracia e procedimentos ridículos.
Quem está fora do ensino não imagina o trabalhão e o dispêndio de energia que se tem para fazer estas provas finais de ciclo para uns e exames nacionais para outros.
Tanto procedimento, tanta reunião só para fazer umas provas. Tanto papel gasto para ler e conhecer todos aqueles procedimentos. É o que se pode chamar um rotundamente RIDICULO. Só os nossos governantes é que se podem deliciar com tantos procedimentos. Não admira, têm todo o ano para criar esta burocracia e quem está nas escolas tem de entendê-los no próprio dia.
Ridículo também é a altura em que se fazem estas provas do 4.º ano e do 6.º ano, sem chegar ao final do ano letivo dão-se as provas de exame e sem se acabar o período, ou seja, em pleno funcionamento de aulas.
Ridículo é também quererem manter o normal funcionamento das aulas dos outros anos, sabendo que os professores estarão na maioria requisitados para assistirem a estes exames.
Como estamos na onda dos Mega agrupamentos, os anos de escolaridade vão desde o pré-escolar até ao secundário e um professor pode no mesmo agrupamento ter aulas no 1.º ciclo como no 2.º ou  no 3.º ciclo, e embora os exames sejam do 4.º e do 6.º ano, a forma como eles são feitos esgotam os recursos de professores de todos os níveis, porque são professores para o secretariado, professores vigilantes, professores coadjuvantes, professores leitores, professores suplentes, o que leva a que sejam recrutados quase todos os professores de um mega e depois para ainda ser mais ridículo é quererem que os outros anos funcionem, ou seja, que a escola funcione normalmente.
O procedimento é enquanto os do 4.º ano fazem exames os outros anos  continuam a ter aulas, o mesmo acontecendo quando o 6.º ano faz o exame, e ainda, para agravar a situação é que o 4.º ano faz na parte da manhã e o 6.º ano da parte de tarde do mesmo dia.
Alguém fora do ensino imagina que nesta organização e dependendo dos casos específicos, que são muitos, existem numa sala 2 professores para 1 aluno. Imagine-se a loucura de salas e professores para estar nestes exames.
Com a falta de auxiliares, os que se reformam ou aqueles que ficam de baixa, não são renovados, e também com a baixa de professores como é que se pode manter uma escola aberta em exames e com aulas normais?
Todo este processo parece-me ridículo e não acredito que os alunos que estão a fazer exame tenham as condições ideais de sossego de forma a não serem perturbados durante o mesmo.
É a loucura servida em bandeja.

5 comentários:

G_ticopei disse...

Ainda hoje "falei" disto la no meu cantinho...

Angel disse...

Muito bem dito! Não percebo a ideia de terem mudado do ano passado p este ano as datas das provas para o meio do 3º período e, ainda mais grave, terminam as aulas uma semana antes dos restantes anos de ensino! Mas para quê? No ano passado fez todo o sentido, pois assim tiveram uma semana 'livre' antes das provas e mais dias intercalados, agora este ano fazem duas provas com apenas 48h de espaço entre si! Mas quem dita estas 'leis' ñ percebe que na prática ñ fazem qq sentido?! Alguém faça o favor de abrir os olhos e os ouvidos a essa gente lá 'de cima'! Pais, reclamem, pois já ninguém liga nenhuma ao q os professores dizem, infelizmente... :(

mlu disse...

Aprecio a boa vontade do autor deste escrito que chama organização a esta "bagunça" completa! Os tais lá de cima não sabem mas não querem ouvir os pais e muito menos os professores que era por onde deviam começar!

Um abraço

cereja disse...

Confesso que para uma leiga me pareceu muito, muito confuso. Também vi que as escolas não podia fechar, mas então porque é que decidiram fazer exames no meio do período?! Achei uma ideia estranhíssima. Vocês que estão dentro do meio sabem qual foi a razão oficial? Teve de haver um argumento...

Anónimo disse...

Vocês os dois (Salta e Agostinho) :) são os meus professores preferidos! :)))))))))
Para além da minha professora da primária, claro.

Quanto à 'Examinite' aguda ou à 'Iluminite' de nossos governantes... já nem sei que dizer.

Tudo de bom.

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