«Os professores portugueses parecem ter ganho o gosto às avaliações, e 120 mil (há oito meses foram "apenas" 100 mil) avaliaram de novo a ministra e a "sua" avaliação.
Depois do milagre estatístico da Matemática, Lurdes Rodrigues conseguiu proeza ainda mais improvável, a da unanimidade dos professores.
Se isso não chega para a sua beatificação - que Sócrates tem em marcha - vou ali e venho já.
120 mil professores na rua (uns "míseros votos", como lhes chamou Sócrates) contra o naufrágio do sistema educativo e o pesadelo burocrático em que foi transformada a sua profissão, e gritando "deixem-nos ser professores" não é sinal de descontentamento, é algo mais profundo.
Ou deveria ser, para quem tivesse um mínimo de humildade democrática e não confundisse firmeza com auto-suficiência e poder com mando.
Se a passagem de Lurdes Rodrigues pelo ME constitui um "study case" de incapacidade técnica e autismo político, a reacção praticamente unânime dos professores em defesa da dignidade da profissão docente é um exemplo de cidadania activa cada vez mais raro no "país em diminutivo" em que nos tornámos.»
no JN de hoje.
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8 comentários:
Eu acho que esses míseros professores deviam ficar todos uma semana em casa... a ver se a senhora piava mais fino!!! O problema são as crianças e adolescentes que ficam prejudicados com isso... mas também estão a ser prejudicados com a vossa situação!
O Sócrates disse 'uns míseros votos', referindo-se aos professores?
Em que contexto?
Se é que existe algum mísero contexto em que o 1º ministro
pode dizer coisa tão 'mísera'.
obrigada pela visita ó info excluido!
tentei visitar-te mas não te "achei" no blog!
de qualquer maneira, parabéns, é muito interessante o que li!
e hei-de voltar com mais tempo, que hoje já não dá!
Desculpem a senhora. Não repararam que está mais magra e com ar abatido, envelhecido, doente? Vocês matam-na. Até o Sócrates, coitado!Haja alguém que cuide deles.
Fica aqui a promessa (já me chamaram de reaccionário) que não comento mais artigos relacionados com a dita cuja.
Uma coisa é certa, a vossa luta está a ser forte e algo coesa, pois ainda hoje os blogs, os jornais, a rádio e a TV falam do assunto. É bom sinal. Se vai "dar frutos" ou não, isso é outra questão.
Quanto aos 120 mil, para mim só erraram num pequeno pormenor, que foi o não efectuarem a "manif/protesto" num dia de semana...fazendo greve, faltando ás aulas, deixando os alunos e enc de educação a pensar no assunto, prejudicando o trânsito (já caótico) da capital em hora de ponta. Aì sim, acredito numa causa/efeito maior do que a efectuada a um sábado.
Sou do tempo em que ia para as manifs (algumas clandestinas) de matraca debaixo do casaco, e cheguei a levantar pedras da calçada...isto já não vai lá com "falinhas mansas".
E cuidado...cuidado com os sindicatos. Por experiência própria (já por lá andei)são os primeiros a ser "manipulados" e nem sempre defendem os direitos de quem deviam defender.
(eu pergunto: o reaccionário sou eu??)
Beijos e abraços ;)
Eu ESTIVE na manifestação.
E queria rectificar um dado - temos de repor a VERDADE!
Trata-se dos números de adesão à manifestação.
De facto, a contínua insistência num número errado, permanentemente apresentado como verdadeiro, corre o risco de fazer com que se torne mesmo "verdadeiro" pela repetição e pela falta de quem o corrija!
por isso é que o que se passa nesta situação é perfeitamente inaceitável: um dos polícias presentes AFIRMOU (e eu ouvi, tal como ouviram os colegas que me rodeavam) que estavam a manifestar-se 150 000 pessoas.
Para que não haja dúvidas, reproduzo o discurso directo: "Estão na rua cento e cinquenta mil manifestantes, números DA POLÍCIA!!!
E agora as televisões noticiam que os sindicatos falam em 120 000 ("que deve ser um número exagerado, claro!"), mas a polícia NÃO TEM dados concretos!!? Não tem??!!!
Nunca me senti tão ultrajada. Quem lá esteve, empurrado e apertado naquela mole humana sem fim, sentiu cm toda a força o grito de revolta, a solidariedade de quem vive os mesmos problemas, a comunhão de sentimentos, o cansaço de tanta incompreensão, a impotência perante a burocracia que não nos deixa tempo para mais nada (nem para corrigir os testes dos alunos...), a sensação de se estar à beira do abismo porque os professores não suportam mais esta perseguição...
Por um momento, achámos que alguém iria ouvir a nossa voz... e acreditámos que quem não tem conhecimento da realidade iria tentar saber o que se passa efctivamente nas escolas - 150 mil professores não se podem estar todos enganados, não podem estar TODOS errados!
Mas, afinal, à noite esperava-nos a decepção total: os manifestantes eram "meros boicotadores que não deixam que OS PROFESSORES, que querem ser avaliados, o sejam com tranquilidade"!!! Este modelo de avaliação É PARA CONTINUAR.
Então, os 150 000 professores que estiveram na rua, que mostraram a sua vontade de dizer o que está mal, o que destrói a escola pública... são boicotadores... de quem?
Deslocámo-nos centenas de quilómetros, enchemos as auto-estradas do País e as ruas e praças da capital. Só queríamos ser ouvidos...
Por isso, não posso deixar de manifestar o mais vivo repúdio perante tal desumanidade e falta de sentido de democracia.
Afinal... os professores apenas são um instrumento político (sempre a maldita política...), foram manipulados pelos partidos de esquerda... Na escola dos nossos filhos, tudo corre muito bem!!!??
Que pena, que desilusão, que amargo é o meu pensamento quando penso que votei PS!!! Como me arrependo!!!
Deixei de acreditar naqueles a quem entreguei o meu voto e toda a minha confiança. Por isso, por razões óbvias, este meu desabafo vai seguir anónimo...
flores: gostei muito do teu comentário, livra-te de fazer greve sejam os assuntos quais forem!
os professores continuam a pensar primeiro nos alunos e vai daí marcam manifs para o sábado!!
anónima:
infelizmente, vai aparecendo o medo, até de nos manifestarmos num comentário...
nem é preciso acrescentar mais nada!
Obrigado, saltapocinhas.
Aquilo ainda está em desenvolvimento, falta-me tempo para completar várias coisas...
Volta, volta, que eu também cá volto!
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