Olhando distraidamente para o meu jardim, observei que tenho as mesmas flores (umas que nascem de bolbos, dão flores brancas, em cacho, mas não sei como se chamam) em dois locais diferentes.
Um desses locais foi tratado, com terra nova e adubo porque se destinava plantar lá um arbusto.
O outro local, ainda tem a terra original do jardim (que é fraquíssima!) e está meio abandonado à sua sorte.
No local tratado as flores são enormes, com hastes com cerca de meio metro de altura e cachos gordos a transbordar de rebentos.
As que estão no local mais desprezado não chegam a medir um palmo de altura, os cachos onde vão nascer as flores são raquíticos e enfezados.
Mesmo que agora desatasse a pôr para lá adubo e terra boa, não conseguiria fazer nada de especial por aquelas flores, porque o fundamental já está feito!
E não pude deixar de fazer o paralelismo com as crianças: quando nós recebemos na escola crianças que foram criadas em meios hostis, já pouco podemos fazer por elas!
Não têm bases para crescer e "florir" bem!
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6 comentários:
Sabes que adoro metáforas (é cá uma mania) e acho este exemplo muito bonito.
Mas....
olha que exactamente na escola podem reforçar o adubo que deitam na terra. A comparação está perfeita na base - duas 'terras' diferentes dão plantas diferentes. Depois a rega e os jardineiros podem alterar esses factores! E aí, entras tu como jardineira
:)
Os professores podem servir de adubo e ir tentando mudar isso... há flores que, com o adubo certo, até podem vir a fortalecer e florir :)
Pronto... fomos promovidos a adubo... ( aceito, apesar de preferir ser comparado a jardineiro ).
Mas a metáfora está excelente. Podia até acrescentar algo. O professor tem a tarefa de ( conhecendo a evolução das flores ) ir mudando as flores de local, dando mais ou menos sol, mais ou menos sombra, mais ou menos calor, água, etc ...
O professor não consegue transformar uma rosa numa orquidea. E eis aqui o problema. Vivemos num país em que todos os pais acreditam ter orquideas em casa, só porque se pensa que as orquideas são melhores que as rosas...
Não são, são diferentes...
Como professor, não quero transformar rosas em orquideas. Quero que as rosas sejam rosas, as orquideas... orquideas... e que cada flor possa ser a mais bela, dentro da sua espécie.
Enfim, estamos só a falar de flores, não é ?
Gostei mesmo desta metáfora que, além de muito bem escrita, faz uma reflexão bem justa.
Ou seja, em Educação, dificilmente há milagres. Ou se criam verdadeiras condições para o sucesso ou ele será sempre aparente e irreal.
Merece foto...
Faltou-lhes a boa terra, compreendo-te! É como as que atiraram os ovos à ministra, com paizinhos daqueles, nunca vão passar do palmo de altura.
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