Ontem li no blog Receitas da Piteca que lhe bateram à porta a pedir dinheiro para ajudar a comprar um medicamento.
Já hoje, li uma notícia onde se diz que as pessoas não têm dinheiro para comprar medicamentos.
Há uns 2 anos atrás participei numas reuniões onde estavam presentes as "forças vivas" da freguesia onde trabalho (seja lá isso o que for!). Estavam nessas reuniões representantes das escolas, outras pessoas que nem sei quem eram, o Presidente da Junta e a dona da farmácia.
O objectivo era darmos ideias para ajudar os mais pobres da freguesia.
A ideia que dei nessa altura, e que ainda hoje considero válida é simples (e não sei porque nunca foi avante em lado nenhum): trata-se de criar uma espécie de "banco de medicamentos" onde as pessoas poderiam entregar as sobras dos seus medicamentos. Esse "banco" funcionaria nos centros de saúde, gerido pelos médicos que distribuiriam os medicamentos por quem deles precisasse.
Na altura foi-me dito que não era possível, por questões de segurança.
(curiosamente este post foi escrito ontem, e só hoje vi pela primeira vez na televisão um anúncio muito estranho acerca dos genéricos, que vem confirmar quem manda nestas coisas dos medicamentos!)
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7 comentários:
Pois a ideia é boa, a indústria farmaceutica é que é muito poderosa.
Mas o Cordeiro também é um gosma. Há uma coisa importante como pode um(a) farmacêutico(a), alterar o que foi receitado por um médico, sem autorização dele ?
Cordeiro tem não mão o negócio dos alternativos, e o que ele quer é aumentar as vendas. mas há que resolver acima de tudo é a situação das pessoas carenciadas.
Sabes que eu quis fazer isso, entregar os que me sobram antes que venham a perder o prazo de validade e não sirvam para ninguém, mas realmente é complicado. Nas farmácias não pode ser, não podiam aceitar. Na Junta de Freguesia também não, porque tinham de ter lá um médico para confirmar se o doente podia tomar aquilo. Foi uma boa ideia que não teve resposta.
Eu penso também que uma coisa que devia ser implementada, para além dessa dos genéricos, era a unidose, ou seja cada um levar a quantidade de medicamento de que precisa e não mais. Muitas vezes uma caixa é pouco, mas duas é um exagero porque bastavam mais dois ou três comprimidos.
Ainda hoje fui à farmácia pois tenho o meu príncipe mais velho doente...imagina...lá ficaram vinte e tal euros...
bj
Vivemos todos no mesmo País e contamos o problema de maneira diferente.
Repara:
- os medicamentos (felizmente poucos) que eventualmente sobram após um tratamento, e desde que esteja dentro da validade, entrego sempre na Farmácia ou no Posto de Saúde a que pertenço. Quando estão fora do prazo são entregues exclusivamente na farmácia, que os coloca em recipientes próprios para destruição.
Quanto aos genéricos:
- nem todos os medicamentos já têm genéricos de substituição;
- "genérico" não é sinónimo de mais barato e eu posso provar isso se o desejares, enviando um mail;
- sou livre de querer ou não um genérico, mas terei sempre em conta a palavra do médico, e jamais, mas jamais, permitirei que uma receita emitida e assinada pelo meu médico, seja adulterada na farmácia.
Não sou contra os genéricos e aceito-os da mesma forma que existem televisores a 1400 e a 100 euros. Eu é que tenho que decidir o que quero e em qual deposito a minha confiança, sim, porque em termos de genéricos também há que ter em conta a confiança, para não dizer qualidade.
É um negócio (medicamentos) que movimenta muitos milhões de euros...para não falar não corrupção de alguns intervenientes no "negócio".
Excelente post (como sempre) e um assunto que "dá pano para mangas"
@aflores:
o que escrevi não tinha nada a ver com o que veio à baila hoje sobre os genéricos.
eu jamais admitiria que na farmácia o meu médico fosse desautorizado (quando o caso é ligeiro vou directamente à farmácia e assim não passo por cima de ninguém...)
mas na minha zona não há onde entregar medicamentos bons, só os que já não prestam!!
@emiele: por isso eu acho que se deviam entregar nos centros de saude onde seriam distribuídos por médicos...
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