20 de setembro de 2007

Triste

Ontem, à hora da minha saída da escola, dei com o R. a chorar convulsivamente.
Perguntei-lhe se tinha caído "não", se lhe tinham batido "não" se lhe doía alguma coisa, também era "não".

"Então que tens? Estás a chorar porquê?"
"Tenho saudades da minha mãe. Quero ir para casa!"

O meu coração ficou apertadinho: deixar uma criança de 5 anos, que nunca nem sequer andou na pré, durante nove horas numa escola não é normal!

Psicólogos, pedagogos e outros que tais: ninguém olha por isto?

13 comentários:

José Gomes disse...

Margarida,
Sabes muito bem que estas "crises" acontecem todos os anos no início escolar. Que é que os psi, pedagogos e afins iriam fazer? Complicar mais a vida das criancinhas? Deixa o tempo correr e dá a atenção que estas crianças merecem... dá-lhes o teu carinho e o teu sorriso! E que os pais colaborem e que não deixem transformar a Escola num mero armazem onde despejam as crianças enquanto trabalham.
Um bj
José Gomes

Anónimo disse...

oh, que fofo!
pobrezito, a vida é dura, muito dura desde cedo.
: )
se calhar a mãe está a trabalhar mas aflita para sair e ir buscar o seu menino, mas um emprego muitas vezes não se compadece com estas coisas da maternidade responsável.

Mallika disse...

Bom será se essa mãe ao retomar o filho da escola possa dá a ele atenção e amor. Caso não será mais um em desequilíbrio emocional.

saltapocinhas disse...

olá josé!
acontece que o menino nunca chorou nas aulas, só nos prolongamentos...

m&m: a mãe não trabalha fora, por isso tem ido buscá-lo mais cedo e ele já anda feliz da vida.

poemas: creio que sim, carinho não lhe parece faltar. Normalmente os que têm mais carinho são os que têm mais saudades.

Hindy disse...

Claro que não! É preciso é os meninos terem muitas actividades...

Beijinho hindyado

José António disse...

Claro que é tempo demasiado.É uma questão de economia. Antes o Sol era o relógio para iniciar e findar um dia de trabalho; hoje a globalização dita as regras. E como eles tem de ficar com alguém, ficam com os professores...é por isso que o trabalho voluntário não ficaria mal na avaliação dos professores. A seguir ao prolongamento seria só levá-los até a casa, dar o banhito e o jantarinho e pronto... um beijinho e até amanhã camaradas.

Anónimo disse...

Bem... Vou falar agora: toda a gente tem opinião, tem sentimento, tem coração.
Cada vez que leio um artigo assim também me dá vontade de chorar. Mas a vida é assim. Já foi no nosso tempo e há-de sempre assim.
Um dia eles (crianças e pais) habituam-se a este inferno de vida. Sim, porque pena-se tanto e dura pouco.
Imaginem o que é não gostar da escola e passar 11 anos de mochila às costas sem vontade (e sem choro). Ai de quem, noutro tempo, deitasse uma lágrima para não ir para a escola... Chorava a dobrar. Mas hoje ainda bem que não é assim e nada se faz de mais violento para não causar traumas a quem quer que seja.
Na minha fraca opinião, há que saber lidar com estas coisas e nem sempre é por falta de carinho que se desenham alguns comportamentos. Há que saber equilibrar a balança do amor que também passa por repreender no sentido de educar: Faça-se ver à criança que não é "coitadinho" mas um ser que está a contribuir para o futuro de um país que, apesar de estar como está, são eles que o aguentarão daqui a logo mais.
Bom e vou-me calar agora se não ainda choro eu... com recordações...
Margarida vai, por favor, ao meu blog, tenho uma coisa para ti.
Beijinhos

Grilinha disse...

Ainda o que doi mais é possivelmente saber que esa criança chega a casa e possivelmente não tem um carinho de saudade da mãe.
Eu sei que muitas mães têm que trabalhar mas os primeiros dias de afastamento são tão dolorosos para eles.
Faço votos para que tenha tido muito carinho durante o fim de semana :(

Anónimo disse...

O meu filho fica todos os dias 9 horas na ama...não tenho quem o vá buscar,não posso sair mais cedo...e dói dói dói....

Formiguinha disse...

Ai!!!

Até eu fiquei com o coração apertadinho.

Bêjos

Maria do Consultório disse...

Margarida:

Já discutimos a questão dos "prolongamentos" e sabes que discordo da tua posição quanto aos professores que os leccionam. Adiante.Provavelmente se as actividades de enriquecimento estivessem inseridas no decorrer do dia e não no fim o R. choraria então nas "aulas".
Desculpa lá mas é o que sinto.
um abraço

saltapocinhas disse...

olá amria!
não me parece que estejamos em desacordo em relação às aulas dos prolongamentos, antes pelo contrário!
vieste exactamente ao encontro daquilo que eu penso: as aulas de inglês, de ed. física e de música deviam ser dadas durante o tempo lectivo e não prolongando-o.
A escola das 9 às 4 chega e sobra!
passar 9 horas numa escola não é normal! e olha que sei por experiencia própria porque hoje passei-os lá e custou-me bastante. Agora imagina crianças de 5 anos!

Abelhinha disse...

Também o meu...

Até a minha Inês que já andou um ano na pré, só por ter mudado de escola está a ter uma atenção redobrada...

Eu reservei férias para que a Inês tivesse toda a minha atenção na mudança... e não me arrependo nada!

Ela adora que seja eu a r levá-la e buscá-la à escola. normalmente vai a avó

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