15 de agosto de 2006

Baú de memórias

Hoje à tarde andei a remexer na miha velha arca.
(Sim, que eu sou do tempo em que menina que se prezasse tinha de ter uma arca onde colocaria o enxoval...)
E não me desfaço do "mono" porque faz jeito para arrumar aquelas coisas que eu não faço ideia onde hei-de enfiar - como as dezenas de naperons que eu crochetava - e também porque a arca foi comprada com o primeiro ordenado da minha vida, uma vez que eu fui trabalhar dois meses nas férias. Cá por mim tinha esturrado tudo numa máquina fotográfica e em livros, mas o meu pai não deixou...
Tinha de comprar a bendita arca!
Com tanta sorte que ainda sobrou dinheiro para a minha primeira máquina fotográfica e ainda comprei uma meia dúzia de livros que estavam em saldo numa livraria de Aveiro!

Está cheia de tralha, principalmente lençóis antigos que eu já não uso.
Enchi dois sacos enormes com eles e vou dá-los a uns tipos que volta e meia aparecem aqui a pedir coisas.
Vão ser mais úteis do que trancados numa arca!

Roupa há lá pouca: o vestido do baptizado da minha filha, uma camisa do meu filho que eu adorava, os sapatinhos do meu baptizado...
Estão lá também o casaco do camuflado do meu marido e uma saia minha, de ganga.
Vi-a numa montra, apaixonei-me por ela. Então a minha mãe copiou o modelo e mandou fazer uma igualzinha.
Eu tinha 15 anos...

Hoje peguei nela e vesti-a...
Está um bocadinho amarrotada, a cheirar a guardado mas... serve-me na perfeição!!

5 comentários:

Didas disse...

eH PÁ, nunca cheguei a ter um baú desses... era alérgica...

saltapocinhas disse...

ou os teus pais não eram suficientemente chatos!
mas agora tenho onde arrumar aquelas coisas indescritiveis e tu não, nha nha nha!!

Anónimo disse...

"Estou contigo e com a Emiéle, deve ser da época, mas era assim mesmo,
e poucas voltas há para dar. O primeiro dinheiro que ganhei, também o
apliquei num polo que durou montes de tempo e acabou no meu segundo
filho, isto depois do primeiro também o ter usado. Sabes, nós,
sabiamos o valor do dinheiro, era dramático, mas era assim mesmo.
Fiquei feliz por vos saber vestir peças desse tempo, é bom sinal, para
além de estarem em boa forma física, demonstram uma frescura mental,
digna de registo,"

José Palmeiro

saltapocinhas disse...

Pois é Agostinho, agor as coisas são diferentes, mas ainda bem, não é?

Emiéle, tu não sabes fazer crochet?? meu deus, que falha grave!!
Mas é bom a roupa ainda nos servir, não é?
A minha arca também é de uma madeira quaquer (não sei se é mogno) mas bicho também não entra!
Também na altura custou mais de metade do meu ordenado dos dois meses!

Zé, obrigada pela ginástica que fazes para comentar e ainda por sempre para dizeres umas palavras tão simpáticas!

AnaCristina disse...

Xii...Eu também tenho uma "mala" dessas que está cheia de coisas, mas deixei-a na casa da minha mãe. Quando casei, ela obrigou-me a ver o que precisava de lá... Só trouxe panos de cozinha e afins, porque a minha mãe adora cor-de-rosa e eu detesto....

Beijo

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