24 de novembro de 2008

Prós e contras

Logo mais à noite vai haver "Prós e Contras" e mais uma vez sobre educação.
Eu sei que vou ver, mas ao mesmo tempo acho que não o devia fazer.
Este assunto incomoda-me tanto que até me enjoa fisicamente!

Sobre o que sentem os professores, vou transcrever algumas declarações do professor Pedro Nuno Teixeira dos Santos, (no blog Educação do meu umbigo") que em princípio e apesar de bastante sacrifício pessoal, lá vai estar.
E transcrevo porque subscrevo completamente e não era capaz de o dizer tão bem!

«Na minha escola, os professores mais inconformados com a actual situação são os mais competentes, ou seja, os que supostamente teriam algo a ganhar com esta avaliação. Precisamente porque vislumbram nela uma “hipocrisia” que nada mudará nas escolas.»
(na minha também!)

«Sim é certo, existe uma minoria de professores pouco competentes. Como em todas as profissões…Os executivos sabem bem quem são. É por isso que, no início de cada ano, não lhes atribuem determinados cargos, como o de director de turma em que se lida directamente com os pais.»
(completamente verdade: os piores professores ainda são premiados porque, normamente, não têm qualquer cargo!)

«Os professores começam a dar aulas, após um ano de estágio onde foram avaliados por orientadores científicos e pedagógicos, na própria escola e na universidade. Se o governo considera que após 3 ou 4 anos de estudo e um ano de estágio é uma simples prova que permitirá aferir quem, de entre todos esses candidatos, reúne condições para ensinar, a conclusão é fácil de tirar: o ministério da educação não confia nas universidades portuguesas!»
(se calhar até há escolas que não nerecem confiança. Então fechem-nas!!)

O ano passado tive uma inspecção na minha escola. (...)
O que os incomodou foram os papéis…Ou a falta deles.»
(tal e qual como na minha: os papéis é que são importantes!!)

Força, Pedro!
Que não te faltem as palavras!

10 comentários:

O Micróbio II disse...

Prefiro não comentar para não ferir susceptibilidades numa época tão sensível como esta... a "minha guerra" (que não é guerra nenhuma... apenas constatações de factos) com a classe mais privilegiada deste país já dista a épocas que ainda nem sequer se falava em avaliações. Aliás, eu pergunto, houve algum ministro da educação que não tivesse problemas com esta classe?

saltapocinhas disse...

"a classe mais privilegiada deste país" é que eu não entendo!

só quem não faz ideia do que é o nosso trabalho pode pensar que somos privilegiados!

a nossa profissão é diferente das outras, só isso!
patra o melhor e para o pior!

Carla disse...

Nem vou dizer nada...também eu vou ver o programa...apenas continuo a dizer que embora esteja no privado estou nesta luta !

bj

Anónimo disse...

Aquela dos cargos é para mim. Eu não tenho cargos e fujo deles como o diabo da cruz. Se sem cargos o tempo já escasseia, olha com cargo.
O Micróbio é isso mesmo. Podia tão bem ser professor e vai, não quis dar esse prejuízo ao Estado.Foi pena. Mas as universidades continuam com o curso aberto e é uma coisa tão boa que os meus filhos fazem publicidade negativa junto dos colegas que querem vir a ser professores. Por que será?

Mallika disse...

bom mesmo é cá nas terras dos papagaios. Onde professores formas, com pós-graduaçao e até mestrado sao substituidos em sala, sem nenhuma orientaçao, por meninos e meninas que estão em começo de curso.

Viva o nosso interesse pela educaçao do povo.

Mallika disse...

errata:

leia-se: formados.

Rosarinho disse...

Estamos de acordo numa coisa, finalmente. A mim, isto também já enjoa fisicamente.

josé palmeiro disse...

Eu nunca fui professor!
Tive-os, muitos, uns Bons, outros Maus e outros, Assim Assim.
Os maus eram como os micróbios, que tudo infectam, espalhando a doença, sem remissão. Os bons, esses, recordamo-los, sempre atá ao fim da nossa vida, ainda que não tenha, para nós, sido agradável tê-los. Os, assim assim, eram uns gajos porreiros e gajas, porque não, até são em maior número, que foram deitando remendos e sustentando, esta estado de coisas.
Mas tive gente da família, nessa profissão, a minha mulher e um filho. Para a boa sanidade mental, deste casal a roçar a terceira idade, a matriarca da famólia já se reformou e vejam só, trabalhou dois anos mais do que devia. Como prémio, quando se reformou, ficou a ganhar menos que as colegas da idade dela que se reformara no tempo exacto. Coisas do micróbio.
O filho, depois de dar aulas e de aturar micróbios desses, resolveu que tinha uma vida para além do ensino, com filhos para criar e que a situação de stress contínuo a que estava sugeito, aliada à péssima retribuição, não em dinheiro mas em dignidade, decidiu abandonar, assim mesmo.
O TODO, leia-se : OS PROFESSORES, não podem ser tratados assim, se os há maus, e todos sabem quem são, acabem com eles, demitam-nos, sem reforma sem quaiquer direitos, mas, aos outros, a grande maioria, tratem-nos com o carinho e a dignidade que merecem os educadores dos nossos filhos, netos e de toda uma geração que tem que melhorar, para substituir os corruptos dos micróbios que nos destroem a vida.

Anónimo disse...

Enjoa,sim,mas o vómito tem que sair...como tu e a maioria da classe,não a priviligiada,está com força a "dar" força ao Pedro,porque põe as palavras no sítio e com sentido.
Até quando papeis para mofo???
Obrigada por escreveres sobre assuntos sempre pertinentes.
RS(dolcevita)

cereja disse...

Eu também não vi, Saltapocinhas.
Por um lado tive que fazer nessa noite e por outro considero-me elucidada. Aqui o Palmeiro disse tudo o que eu também diria - conheci professores de todos os tipos - maravilhosos, 'normais', e péssimos. Mas, como em todas as profissões, quanto mais se dignifica melhores resultados se têm, e a inversa é obviamente verdadeira.

O Tempo Entre Costuras

O Tempo Entre Costuras by María Dueñas My rating: 4 of 5 stars View all my reviews