18 de novembro de 2008

Desde que me conheço por gente que vivo em democracia.

Quando se deu o 25 de Abril eu tinha 14 anos e nada sabia de política (ainda hoje não sei, pronto...). A política não fazia parte do meu dia a dia, nem das conversas lá de casa, era ignorante e feliz, como Salazar desejava.

[Lembro-me que uma vez, numa aula de História, perguntei ao professor (que era padre e além de História, também dava aulas de Geografia, de Ciências, de Desenho, de Moral...) por que razão havia guerra em África. Achava eu que era um disparate. Ele respondeu qualquer coisa como "eles não nos querem lá a mandar e por isso fazem guerra".
Ainda fiquei mais convencida da correcção da minha ideia e disse que devia mesmo ser assim, já que a terra era deles! Então ele perguntou-me se eu gostava de açúcar! "Gosto muito"
"Se os portugueses viessem embora de África, como o açúcar vem de lá, ficavas sem açúcar".
E foi assim que eu, com 11 ou 12 anos, me tornei colonialista!]

Posto isto, devo dizer que agora seria incapaz de viver sem democracia.
Não imagino uma vida em que não o pudesse fazer livremente, votar, refilar, reivindicar...
Não imagino uma vida em que os assuntos importantes para todos fossem resolvidos por um, sem os outros se poderem pronunciar.

Ultimamente atitudes deste governo fazem-me sentir apreensiva porque sinto medo. Sinto-o eu e sinto-o nos outros.

Uma pessoa que confunde autoridade com autoritarismo - como a ministra da educação - não devia ter lugar no governo de um país democrático.

Apesar de tudo ontem, no meu Agrupamento decidiu-se pela exigência da suspensão desta avaliação e deste Estatuto aberrantes, apesar dos "castigos" prometidos.
O medo saiu vencido.

12 comentários:

Anónimo disse...

professora!

saltapocinhas disse...

donnola:
dizes isso assim como dirias "estúpida" ou algo do género??

Anónimo disse...

nope! ía dizer q adivinhei mas deixaste uma grande pista: "Ultimamente atitudes deste governo fazem-me sentir apreensiva porque sinto medo. Sinto-o eu e sinto-o nos outros.

Uma pessoa que confunde autoridade com autoritarismo - como a ministra da educação - não devia ter lugar no governo de um país democrático.

Apesar de tudo ontem, no meu Agrupamento decidiu-se pela exigência da suspensão desta avaliação e deste Estatuto aberrantes, apesar dos "castigos" prometidos.
O medo saiu vencido."
reconheço o discurso :P

Anónimo disse...

sem segundas leituras, please!

saltapocinhas disse...

eu estava a brincar!! :)

Rafeiro Perfumado disse...

Antes conhecias-te por quê? :D

Beijoca!

saltapocinhas disse...

olha rafeiro, não faço ideia!

mas consciencia política, não tinha mesmo!

Carla disse...

O medo saiu vencido ...ai está o principal da questão...

bj

cereja disse...

É das tais coisas Saltapocinhas, como dizia «o outro» a democracia poderá não ser o melhor sistema, mas até agora ainda não se encontrou outro melhor...

E parabéns ao teu agrupamento!

Anónimo disse...

A donnola que me desculpa. Mas ela é professora ou acha que são uma espécie em extinção?

eskisito disse...

Concordo contigo. O autoritarismo deste governo faz-nos mesmo pensar em erros do passado. Acho que eles se esqueceram o porquê e por quem foram eleitos.
Beijos

. disse...

olá!
visto que já saímos de áfrica deduzo que não tens açucar em casa! eheheheeh!

O Tempo Entre Costuras

O Tempo Entre Costuras by María Dueñas My rating: 4 of 5 stars View all my reviews