16 de julho de 2006

As minhas dúvidas existenciais (2)

Por mais voltas que dê aos meus pobres e cansados neurónios, há um fenómeno que eu sou incapaz de entender:
Como é que um poema, num blog, pode ter 50, 70, 100 comentários??
(não ponho em causa a qualidade dos poemas, a minha dúvida é: como se comenta um poema, o que há a dizer??

Talvez eu não entenda isto por ainda estar traumatizada com "Os Lusíadas" que "estudei" aos 14 anos e que serviam apenas para "dividir orações"!
O canto IX "saltava-se", por isso foi o único que eu li...
;)

2 comentários:

Anónimo disse...

Serão dúvidas?
Não me parece, por outro lado, estou como tu, comentar? Não vejo como, ou o poema nos diz alguma coisa e então dizemo-lo ou reproduzimo-lo, ou não é poesia e é outra coisa.
Essa dos Lusíadas, vinda de ti, é verdadeira!
Que estopada essa de dividirmos orações, e depois em observação aos "bons costumes", lá se dava o salto, no Canto.
Coisas do tempo, que julgávamos, passado.

Anónimo disse...

Margarida, tens de voltar a dar uma oportunidade aos Lusíadas. Se eu fosse ficar pela experiência dos 14 anos, nunca teria descoberto essa obra belíssima que não é um poema, mas um texto narrativo e que merece ser trabalhada, mas não no nono ano, porque os alunos não têm ainda sensibilidade para a entender, e muito menos da forma como ainda hoje se pretende que seja trabalhada. Já leccionei Os Lusíadas algumas vezes e garanto-te que os meus alunos não foram obrigados a estudar orações, seria incapaz de estragar a obra de Camões assim. Além disso, o canto IX passou mesmo a ser obrigatório, mesmo não constando dos excertos mencionados no programa.
E mais uma coisa, a poesia é sobretudo para ser sentida e cada um pode interpretá-la à sua maneira, talvez por causa disso tenhas encontrado tantos comentários a um poema.

O Tempo Entre Costuras

O Tempo Entre Costuras by María Dueñas My rating: 4 of 5 stars View all my reviews