31 de maio de 2006

Para lá de chocada


Vi há bocado a reportagem da RTP1 sobre a violência nas escolas (aquilo era uma escola??) e o consequente e interessante debate.
Sabia que havia violência em algumas escolas mas confesso que não me passava pela cabeça que pudesse chegar a tal ponto.
Tudo me incomodou desde o comportamento dos "alunos" (delinquentes, como lhes chamou o psicólogo Eduardo Sá) à (falta de) atitude dos professores, que assistiam a tudo impávidos e serenos...
Não sei o que faria em tal situação: fugir da sala, aprender uns golpes de karaté e aplicar os meus conhecimentos nas aulas, ir armada para a escola... nada disto é políticamente correcto, mas foi o que me ocorreu. Tudo menos ficar só a ver.
Mas acredito que esses professores não tenham alternativa já que são ameaçados por todos (e o conselho executivo servirá para quê?)
Como disse muito bem Fátima Bonifácio aquela "escola" só tem uma solução: ser desmantelada!!

Excelentes também as intervenções da professora que lá estava (não sei o nome dela): sabia falar e falava do que sabia.

Ao contrário do Secretário de Estado, que falou e nada disse. Repetiu chavões que nada querem dizer, meteu os pés pelas mãos!
Tão deprimente como a tal escola!
E estamos nós entregues a "competências" destas!

11 comentários:

afigaro disse...

Quando quererá a sociedade cuidar dos excluidos? Também vi o programa: os principais problemas estão fora da escola, neste caso. Vivemos numa sociedade de hipocrisia. Saibamos dar dignidade de vida aos nossos "capitães da areia". Como?...dar lugar aos técnicos e muito pão para a boca dessas crianças.

saltapocinhas disse...

E umas palmadas, não? Não me pareceu que lhes faltasse o pão, apenas a educação! Mas entendi o teu comentário e sei o que queres dizer...Só que os capitães da areia não andavam na escola a destruir a vida de professores e também dos colegas que querem estudar!!

Carla disse...

Nunca em 36 anos de vida pensei vir a ver o que foi transmitido ontem pela RTP; como é possível haver uma escola assim? Aqueles maus elementos deviam ser postos nas antigas "casas de correcção" que haviam no tempo da minha avó e da minha mãe. Pois calculo que umas boas reguadas não fariam mal nenhum a estes meninos malcriados.

Barão da Tróia II disse...

Concordo em absoluto. Também concordo com a hipocrisia da exclusão, mas também da auto exclusão e da pura e simples maldade que é o que acontece muitas vezes.

Anónimo disse...

Também me revolta esta situação.

É importante que seja assegurado o mínimo de respeito pelo trabalho dos professores.

Existem instituições para educar essas crianças, mas não se chamam escolas.

Beijos,
Miguel

Anónimo disse...

Ai amiga, sem comentários mesmo... Beijão

papoilasaltitante disse...

É o que temos!!!! E temos que (con) viver com realidades destas por muito que as tentem esconder!
Mais uma indignada

Terceirense disse...

No meu tempo (até parece que já foi há séculos) bastava um olhar, uma palavra e respeitava-se 100% o professor. No meu tempo (de agora) já não sei quem respeita o quê ou quem... mas de quem será a culpa disto tudo? Há uns meninos que têm tudo de mão beijada e há outros que não tem nada, mas daí a uns e outros fazerem patifarias acho mal, muito mal mesmo. Mas como alterar esta sociedade?! Não será fácil. No meu tempo eu nunca fiz isso (ai de mim se o fizesse) mas trago marcas do passado: o respeito pelos mais velhos, sempre foi uma grande verdade... no meu tempo...
Não sei que o que te diga mais amiga mas ainda bem que não sou professora porque se eu fosse (é melhor nem dizer).
Um abraço

Anónimo disse...

Olha, acabei por não conseguir assistir à exibição da reportagem, mas vi a curta apresentação feita no telejornal e apercebi-me de que tenho tido muita sorte até agora. Já tive alguns "meninos" problemáticos, pequenas disputas na sala de aula, pequenas agressões físicas e mesmo comentários ordinários. Ficaste chocada com a falta de atitude dos professores, pois eu percebo bem a atitude deles: ninguém nos protege. Muitos destes "meninos" problemáticos pertencem a "gangs" organizados e as ameaças que fazem aos professores garanto-te que são muito mais do que simples palavras. Por outro lado repara na impunidade que se verifica,em geral, nos casos de violência de alunos contra professores. O processos demoram mais de um mês a ser concluídos com o professor agredido a conviver durante esse tempo com o agressor e depois, concluído o processo, ao aluno, especialmente se estiver dentro da escolaridade obrigatória, a única coisa que lhe acontece é ficar uns dias sem ir à escola, coisa que muitos ainda encaram como um prémio.
Se o contrário se verificar, se um professor ou um auxiliar agredirem um aluno, mesmo que em legítima defesa, as consequências são bem mais graves.
Já que se querem chamar os pais a participar na avaliação dos professores, porque não começar por os responsabilizar por todos os pequenos actos de indisciplina cometidos pelos seus educandos? E se as famílias são a base do problema, então que se tomem medidas para tentar reabilitar o menor. O que não pode continuar a acontecer é o professor ser impotente para lidar com este tipo de situações. Mas, infelizmente, o que se tem vindo a verificar é um contínuo descrédito junto da opinião pública desta profissão. (Desculpa a invasão do teu espaço)

saltapocinhas disse...

Este espaço existe para ser invadido...Obrigada a todos, principalmente aos que, não sendo professoresnos conseguem entender...

Anónimo disse...

Eu sabia que irias falar do programa, (por isso não o fiz no meu blog) e tu melhor que ninguém para o fazeres de uma forma clara, sentida e experiente. Há uns anos atrás, um caso de agressão física e verbal de um aluno de uma escola secundária (filho de um indivíduo muito conhecido de todos nós)a uma professora, foi "abafado" por tudo e por todos. No entanto, os restantes alunos da turma acharam que o assunto não podia ficar assim...e fizeram "justiça" por próprias mãos, em defesa da professora e do bom nome dos restantes elementos da turma. O "papá" solicitou explicações para a agressão ao filhinho mas nunca se preocupou com a atitude do seu descendente...( o meu filho seria incapaz de uma coisa dessas). E mais não digo.

Não Fujas Mais

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