O André e o Luís são os melhores amigos.
Juntos desde o 1.º ano e quase os únicos rapazes numa turma de raparigas, só estão bem um com o outro.
A minha tarefa é, muitas vezes, separá-los para evitar mais conversas.
Mas qualquer pretexto lhes serve para se voltarem a juntar, quando acabaram as tarefas impostas e a aula se torna mais livre, ou mesmo assim sem mais nem menos, desde que me apanhem distraída!
Na sala temos uma espécie de "quadro de honra" da leitura.
Sempre que há leitura de textos, eles fazem uma auto-avaliação.
Há uma folha no placard onde eles vão fazer a bolinha correspondente: se leram bem levam "verde", se leram razoavelmente levam "amarelo" e quando lêem mal, "vermelho".
No fim de cada mês, faz-se a contagem e o melhor (o que tiver mais verdes) ganha um prémio.
(simbólico, podem ser aqueles bonecos que vêm nos cereais ou apenas um lápis ou caneta). Mas é um prémio e eles valorizam-no bastante.
Hoje, antes da leitura, chega o Luìs ao pé de mim e diz "hoje quero ter amarelo"
"o quê rapaz, tu queres ter amarelo?"
(é que ele, nas raríssimas vezes que leva amarelo - porque lê muito bem, mas às vezes lá falha - até chora!!).
Daí o meu espanto!
"mas porquê?"
"porque não quero ganhar ao André, quero empatar com ele"
Uma amizade assim é linda e comovente, só espero que ela continue pela vida fora!
(e na segunda-feira, quando eles, à socapa, se forem sentar um ao pé do outro, vou fingir que não reparei!)
Juntos desde o 1.º ano e quase os únicos rapazes numa turma de raparigas, só estão bem um com o outro.
A minha tarefa é, muitas vezes, separá-los para evitar mais conversas.
Mas qualquer pretexto lhes serve para se voltarem a juntar, quando acabaram as tarefas impostas e a aula se torna mais livre, ou mesmo assim sem mais nem menos, desde que me apanhem distraída!
Na sala temos uma espécie de "quadro de honra" da leitura.
Sempre que há leitura de textos, eles fazem uma auto-avaliação.
Há uma folha no placard onde eles vão fazer a bolinha correspondente: se leram bem levam "verde", se leram razoavelmente levam "amarelo" e quando lêem mal, "vermelho".
No fim de cada mês, faz-se a contagem e o melhor (o que tiver mais verdes) ganha um prémio.
(simbólico, podem ser aqueles bonecos que vêm nos cereais ou apenas um lápis ou caneta). Mas é um prémio e eles valorizam-no bastante.
Hoje, antes da leitura, chega o Luìs ao pé de mim e diz "hoje quero ter amarelo"
"o quê rapaz, tu queres ter amarelo?"
(é que ele, nas raríssimas vezes que leva amarelo - porque lê muito bem, mas às vezes lá falha - até chora!!).
Daí o meu espanto!
"mas porquê?"
"porque não quero ganhar ao André, quero empatar com ele"
Uma amizade assim é linda e comovente, só espero que ela continue pela vida fora!
(e na segunda-feira, quando eles, à socapa, se forem sentar um ao pé do outro, vou fingir que não reparei!)
10 comentários:
E fazes muito bem...faz lá de conta que não os vês juntos...uma atitude destas , mesmo em crianças nestes tempos que correm é muito raro ...
Tens ai um menino cheio de valores !
Valores de ouro !!
bj e bom fim de semana
eu lá vou fazendo que não os vejo, mas quando a palradura se começa a notar...
ou então quando os outros fazem queixinhas, eu tenho de "reparar"!
Ainda deve ser das coisas boas que restam na nossa profissão: observar o florescer de bons meninos-amanhã-pessoas.
Espero que nem tentes reparar se se juntaram.
Abraço
Só é pena que entre os adultos não seja igual.Há quem venda a mãe para ganhar uma bola verde.
Na volta o André ofereceu-lhe porrada se ele ganhasse!
Just kidding!
Até me arrepiei com esta história :)
É por isso que continuo a acreditar no futuro... Pena que as crianças cresçam e que a sociedade seja tão competitiva e egocêntrica. Oxalá não consiga corromper os princípios tão puros do Luís ;)
oh que história linda :))))
e é bem verdade, isso dos prémios das bolas verdes, amarelas e vermelhas, têm um orgulho enorme em receber! beijinhos e bom fim de semana.
Coitados das crianças. Na cabecita deles são dois no terreno do inimigo... hehehe
Uma história que parece inventada, assim como uma parábola...
Faz-nos sorrir de ternura.
(A Didas é mesmo do contra, mulher!!!!!)
que bom que seria um mundo com os valores deste pequeno homem!
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